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Fecho da nascente do Almonda levanta dúvidas e críticas
Trincão Marques. João Quaresma. José Vaz Teixeira. Helena Pinto. Arnaldo Santos

Fecho da nascente do Almonda levanta dúvidas e críticas

Decisão da Renova não é consensual entre autarcas e ex-autarcas da cidade de Torres Novas. Há quem peça bom senso e obras no espaço para poder ser usado pela população.

A interdição do acesso à nascente do rio Almonda por parte da empresa Renova motiva dúvidas e críticas entre políticos e ex-autarcas de Torres Novas ouvidos por O MIRANTE. O presidente da Assembleia Municipal de Torres Novas, José Trincão Marques (PS), conhece bem o espaço e está a recolher informações mais “precisas” sobre o tema dada a polémica que está a levantar e para poder pronunciar-se “sem qualquer dúvida”. No entanto, referiu que o “acesso com fins científicos” não pode nunca ser proibido, mesmo que o rio esteja em terreno privado.
Aliás, o responsável recorda o projecto que está a ser analisado pela Secretaria de Estado do Ambiente, desde meados de 2019, para incluir o arrife e a base do arrife, na qual se inclui a nascente do Almonda, na reserva do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. “Sempre que haja interesse público no rio, como o caso desta proposta que fizemos e que está em estudo, sobrepõe-se ao direito privado”, esclareceu Trincão Marques frisando que irá em breve pronunciar-se com maior conhecimento sobre o tema.
O vereador do Partido Social Democrata (PSD) na Câmara de Torres Novas, João Quaresma, diz não ter quaisquer dúvidas que o rio é público. “Disso não tenho dúvidas e é inquestionável que possa ser usufruído pelas pessoas”, sublinhou. As questões de falta de segurança são, no entanto, uma realidade. “O espaço para estar aberto ao público precisa de ser requalificado, para criar condições de acesso e vigilância”, aponta. Para o vereador o espaço deveria ser de acesso total ao público. “Compreendo a acção da Renova, porque já morreram lá pessoas, mas o que defendo é que o acesso deve ser livre, após criadas as condições”.
“O rio é de todos”
“Bom senso” é o que deve imperar neste caso, é o que defende o médico e ex-autarca da CDU na assembleia municipal torrejana, José Vaz Teixeira. “Penso que a Renova deve criar as condições necessárias para o espaço ter segurança para as pessoas poderem usufruir do rio”, defende. Vaz Teixeira alega que o mais sensato seria haver obras de requalificação uma vez que, tal como defende, “o rio é de todos”. No entanto, admite que caso ocorra algum acidente poderá causar problemas jurídicos à empresa. “O importante é criar as condições de segurança e colocar ao serviço da população.
Ideia partilhada pela vereadora do Bloco de Esquerda (BE) na Câmara de Torres Novas, Helena Pinto. A autarca apelida a atitude da Renova como “abusiva” e defende que está na hora da empresa dar “retorno” ao concelho de onde “há muitos anos retira a matéria-prima que lhe permitiu enriquecer”, aponta. “Não é nada do outro mundo fazer obras e colocar o rio, que é do domínio público, ao serviço de quem quer usufruir dele”, rematou Helena Pinto.
Já para o ex-presidente da Câmara de Torres Novas, e presidente da direcção dos Bombeiros Voluntários Torrejanos, Arnaldo Santos, a população “não perde muito” se ficar privada daquele local. O ex-autarca defende que é um espaço “pouco aprazível” e com muita insegurança. Ainda assim, aponta que um rio “nunca é propriedade de ninguém”. “A fábrica sempre retirou água do rio Almonda, sempre se serviu dele, o que não significa que é sua propriedade” mesmo estando dentro de propriedade da empresa.
João Cassis, presidente de Junta de Freguesia da Zibreira, preferiu não tecer “para já” quaisquer comentários. “Já várias entidades me pediram uma opinião, mas neste momento ainda não vou falar sobre o assunto”, disse a O MIRANTE.

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