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Há muita gente que não coloca chip  nos seus animais de companhia 
Veterinário Emídio Almeida, proprietário do Hospital Veterinário Tutivete, em Santarém

Há muita gente que não coloca chip  nos seus animais de companhia 

Câmara de Santarém diz que abandono de animais não tem aumentado


No concelho de Santarém o abandono de animais não tem aumentado de forma significativa, mas o veterinário Emídio Almeida diz que a situação poderia ser melhor se não houvesse tenta gente a fugir à colocação do chip. Reportagem a propósito do Dia Internacional do Animal Abandonado que se celebra no terceiro sábado de Agosto.

Segundo Ricardo Rato, vereador da Câmara Municipal de Santarém, responsável pelos dois canis da cidade - o canil municipal e o canil que acolhe os animais da Associação Scalabitana de Protecção Animal (ASPA) - o número de animais abandonados tem-se mantido.
Neste momento, os dois canis albergam um total de cerca de 370 animais.
A informação do autarca foi dada a O MIRANTE a propósito do Dia Internacional do Animal Abandonado, assinalado dia 15 de Agosto. A data foi criada em 1992 com o objectivo de sensibilizar para combater a super população de animais nas ruas.
O veterinário Emídio Almeida, proprietário do Hospital Veterinário Tutivete, em São Domingos, Santarém, também diz que o número de animais abandonados não tem aumentado, embora note que têm surgido ninhadas de gatos, um pouco por toda a cidade, situação que também é sentida pelas associações que se dedicam à recolha e protecção de animais abandonados.
O médico lembra que cabe às câmaras municipais capturar animais abandonados e levá-los para os canis, no entanto, sublinha, os canis municipais encontram-se sobrelotados, com todas as implicações que isso tem.
Mas a sobrelotação dos canis não é de agora, explica Emídio Almeida, contando, para ilustrar, o que se passou consigo próprio há dez anos quando acolheu meia centena de cães numa propriedade, devido ao encerramento da Associação de Protecção e Defesa Animal de Fátima (APAAF).
Devido à sobrelotação, a Associação estava a fazer obras de ampliação do canil mas a directora da associação afastou-se por motivo de doença, as obras não foram terminadas, a associação extinguiu-se e acabou por ter que ficar com os animais desde essa altura. Só este ano, os animais ainda vivos, saíram da sua propriedade e foram colocados numa associação de Torres Vedras.

Proibição do abate de animais para controle da população divide veterinários
Em Setembro de 2018 entrou em vigor a legislação que proíbe o abate de animais errantes como forma de controlo da população, passando a apenas ser permitido o abate por motivos de saúde ou de comportamento.
A medida divide os veterinários. A Associação Nacional de Médicos Veterinários dos Municípios defende a eutanásia de animais em centros de recolha oficiais quando não são adoptados ao fim de 12 ou 18 meses. A Ordem dos Médicos Veterinários diz que o regresso à eutanásia não é solução e acredita que a eliminação do IVA em actos médicos e nas rações, poderia fazer aumentar a adopção e reduzir o abandono de animais de companhia.
Francisco Grilo, ex-veterinário municipal e proprietário do Consultório Veterinário 4V, diz que durante o período em que foi veterinário do município de Santarém não efectuou um único abate para controlo da população de animais abandonados. “Nunca fui capaz. Os únicos abates que fiz foram sempre por motivos de saúde e para evitar o sofrimento do animal”, sublinha.
Para Emídio Almeida a solução também não passa pelo abate, estando antes na esterilização e na colocação do chip. “A receita é esterilizar e colocar o chip, que é obrigatório, mas que muita gente não coloca nos seus animais. A fiscalização por parte das autoridades é pouca e isso leva a que quando um animal é abandonado, não se saiba quem foram os donos e estes nunca sejam punidos”, explica.
Francisco Grilo concorda e diz ainda que o trabalho de educação e sensibilização junto das crianças poderá ser, a médio prazo, outra solução para o problema. “O trabalho tem que ser feito desde tenra idade. Os pais e os educadores têm que sensibilizar as crianças. Explicar-lhes que um cão ou um gato não são meros brinquedos e que, para se ter um animal, têm que existir condições financeiras e espaço em casa, sem esquecer as condições emocionais. No que diz respeito ao município, em 2019 foram esterilizados cerca de 200 animais encontrados na rua.

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