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Mais de metade do lixo doméstico  continua a ir para aterro e isso paga-se caro
A separação de lixo para reciclagem tarda em atingir os níveis esperados

Mais de metade do lixo doméstico  continua a ir para aterro e isso paga-se caro

As metas da reciclagem continuam por cumprir apesar dos elevados investimentos feitos nos últimos anos. Relatório da Agência Portuguesa do Ambiente mostra que os sistemas de gestão de resíduos urbanos da região também estão a ter dificuldades em inverter esse registo.


Apesar das campanhas e investimentos feitos nos últimos anos na promoção da reciclagem, com a instalação de ecopontos e ilhas ecológicas, grande parte da população teima em não separar o lixo que produz, o que fez com que, em 2019, mais de metade dos resíduos urbanos do país (57,8%) tenha ido directamente para aterro. Uma solução ambientalmente mais lesiva e mais dispendiosa para os municípios e cidadãos.
Os Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU) que servem o distrito de Santarém e os concelhos do distrito de Lisboa da área de abrangência de O MIRANTE - Vila Franca de Xira e Azambuja - também estão a ter dificuldades em inverter esse cenário, segundo os dados divulgados recentemente pelo relatório anual da Agência Portuguesa do Ambiente referente aos resíduos urbanos em Portugal.
No relatório é considerado o tratamento mecânico e biológico como fazendo parte das deposições finais em aterro. Por isso, nos gráficos a Valorsul, sistema onde estão inseridos Vila Franca de Xira e Azambuja, produziu 835 mil toneladas de resíduos em 2019, 25 por cento deles enviados para aterro e mais de 50 por cento queimados em valorização energética. A Valnor, que serve 25 municípios, entre eles os de Abrantes, Mação e Sardoal, acabou o ano com 118 mil toneladas de lixo recolhido e uma percentagem de envio para aterro de 50%, a mais alta dos sistemas da região, com os dados a apontarem para uma taxa de reciclagem na casa dos 10 por cento.
A Ecolezíria, que opera nos concelhos de Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos recebeu 60 mil toneladas de resíduos e quase 45 por cento foram para aterro e 30% para reciclagem. Cenário semelhante na Resitejo, sistema que integra 10 municípios da Lezíria e Médio Tejo, que enviou para aterro 40 por cento das 93 mil toneladas de lixo que recebeu no ano passado e reciclou 35 por cento.

Dificuldades para cumprir metas
Em Portugal produziram-se o ano passado 5 milhões e 281 mil toneladas de resíduos urbanos, mais um por cento que no ano anterior e, desse montante, apenas 17,4% teve como destino a valorização energética e 13,1 por cento a reciclagem. Face a uma inversão da tendência de diminuição existente até 2014, considera a APA que é cada vez mais difícil cumprir a meta estabelecida de apenas 35% de resíduos serem enviados para aterro. “Com base nestes resultados, o aumento da produção de resíduos que se perspectiva e a inexistência de melhorias nas unidades de tratamento mecânico e biológico, prevêem-se algumas dificuldades no cumprimento das metas para 2020”, avisa o relatório.
A APA regista que apesar do investimento feito nos últimos anos para dotar os centros urbanos de mais ecopontos e ecocentros, essa medida “não surtiu os resultados esperados nem foi suficiente” para aumentar a quantidade de lixo enviado para reciclagem, separação e valorização. “Perspectivam-se também dificuldades em alcançar a meta de reciclagem para 2020”, regista.
A subida na produção de resíduos é justificada com o aumento do poder de compra e, consequentemente, consumo da população. “Também a aposta em medidas de prevenção, dirigidas não apenas aos consumidores, mas também à indústria e comércio, poderão não ter sido devidamente fomentadas”, critica o relatório, que avisa que uma das formas de promover uma recolha selectiva de resíduos pode passar por elevadas penalizações financeiras a quem ainda recorra ao aterro para depositar resíduos urbanos.

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