Projectos para a nascente do Almonda não saíram do papel
Há quatro anos a Câmara de Torres Novas anunciou intenção de requalificar a aprazível zona envolvente à nascente do rio, mas a empresa Renova, proprietária dos terrenos, desconhece esses projectos e diz que está a trabalhar em ideias para tornar o espaço visitável. Até lá o local está interdito ao público por decisão da empresa.
Em Julho de 2016, durante uma reunião de câmara descentralizada realizada na Zibreira, o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, falou de um projecto de requalificação para a zona envolvente à nascente do rio Almonda, mas desde aí nada aconteceu. O espaço continua descuidado e ao abandono e, recentemente, a Renova interditou-o ao público, para evitar aglomerações de visitantes.
Conforme O MIRANTE contou na altura, no fim dessa reunião de câmara de 5 de Julho de 2016, Pedro Ferreira mostrou os projectos à vereação e presidente da Junta de Freguesia da Zibreira. Projectos que estavam na gaveta há anos e visavam a requalificação do espaço junto à nascente, assim como um outro junto à velha fábrica, prevendo a sua limpeza e a criação de um percurso pedonal. Passados quatro anos nenhum dos projectos avançou e o autarca admite agora que “entretanto houve outras prioridades”.
Já o responsável pelo gabinete de Relações Públicas da Renova, Luís Saramago, afirma a O MIRANTE que a empresa nunca teve conhecimento desses projectos. “O espaço é da Renova, sempre tivemos boas relações e trabalhos em conjunto com a câmara, mas não tenho conhecimento de projectos para este espaço”, garante.
“Não há intenção de fazer ali uma praia fluvial”
Luís Saramago adianta que estão a trabalhar em ideias para tornar o espaço visitável, mas é peremptório ao afirmar que não será um local para tomar banho. Dentro das vontades da Renova está a intenção de preservar o património arqueológico ali existente. “Os terrenos são da Renova e o projecto será nosso. Não há intenção em fazer ali uma típica praia fluvial, até porque o espaço é pequeno e não tem condições para isso”, explica.
Já Pedro Ferreira defende que toda esta polémica em torno da nascente do Almonda, ditada pelo seu encerramento ao público (ver última edição de O MIRANTE), “não é positiva”. “Todos queremos que o espaço seja mais aprazível. O facto de se poder ir a banhos ou não logo se vê”, aponta o autarca.
Pedro Ferreira garante ainda que tem mantido algum contacto com a administração da empresa e que há vontade de ambas as partes de requalificar o espaço e criar condições de visitabilidade. Acrescenta que vai pedir uma reunião com a administração da empresa para “em conjunto” trabalhar com “ideias mais claras” sobre o que se pretende ali fazer.