Autarcas de Abrantes solidários com ambientalista processado
Empresa de celulose reclama 250 mil euros de indemnização ao activista Arlindo Consolado Marques, por difamação.
O executivo da Câmara Municipal de Abrantes aprovou, por unanimidade, uma moção de apoio ao activista Arlindo Consolado Marques, que se tem destacado na denúncia da poluição do rio Tejo e de outras linhas de água da região e que foi alvo de um processo em tribunal movido pela empresa de celulose Celtejo. A moção foi apresentada pelo vereador Armindo Silveira (BE) na reunião do dia 28 de Dezembro de 2017 e foi aprovada no dia 9 de Janeiro.
Entre essas duas datas foi feita uma alteração do último parágrafo, proposta pelo PS e que foi aceite por todo o executivo: onde se lia “o executivo da Câmara Municipal de Abrantes manifesta o seu total apoio ao activista Arlindo Consolado Marques”, passou a ler-se “o executivo da Câmara Municipal de Abrantes manifesta a sua solidariedade em relação a esta matéria ao activista Arlindo Consolado Marques”.
Após a votação da moção, o PS apresentou uma declaração de voto onde se lê que “os eleitos do PS manifestam solidariedade com todos os cidadãos que activamente lutam e denunciam diferentes atentados ambientais de que o rio Tejo tem sido alvo”.
Os vereadores do PS destacam na declaração de voto “o esforço e empenho que o cidadão Arlindo Consolado Marques tem desenvolvido ao longo dos últimos anos na defesa intransigente do rio Tejo, ampliando a visibilidade relativa à problemática do rio, logo, prestando um serviço à sociedade”.
A moção apresentada pelo BE refere que “em Outubro de 2017 deu-se uma gigantesca mortandade de espécies piscícolas na barragem do Fratel. No dia 19 de Dezembro de 2017, Arlindo Consolado Marques tem conhecimento via correio que a empresa Celtejo lhe moveu um processo alegando difamação e pede uma indemnização por danos ao bom nome da empresa no valor 250 mil euros”.
Acrescenta ainda que “a Celtejo foi referenciada, várias vezes por órgãos de comunicação social, por partidos políticos através de propostas de resolução, moções e requerimentos na Assembleia da República e em várias assembleias municipais, como uma das causadoras da poluição no rio Tejo. Perante estas denúncias, nunca a referida empresa moveu algum processo em tribunal a qualquer dos órgãos anteriormente referidos”.