Ex-fuzileiros começaram hoje a ser julgados pelo homicídio do agente Fábio Guerra
Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko respondem pelo crime de homicídio qualificado, três crimes de ofensas à integridade física qualificadas e um crime de ofensas à integridade física simples.
O Tribunal Criminal de Lisboa começou esta terça-feira, 11 de Abril, a julgar os dois ex-fuzileiros acusados da morte do agente da PSP Fábrio Guerra, em Março de 2022, à porta de uma discoteca da capital. Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko vão responder pelo crime de homicídio qualificado, três crimes de ofensas à integridade física qualificadas e um crime de ofensas à integridade física simples.
O agente Fábio Guerra, antigo aluno da Escola Prática de Polícia de Torres Novas, morreu aos 26 anos, no Hospital de São José, em Lisboa, devido a “graves lesões cerebrais” sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome, em Alcântara. A notícia abalou o país e a população de Torres Novas que se juntou à PSP para receber o cortejo fúnebre e prestar uma última homenagem ao agente.
De acordo com uma decisão judicial divulgada a 29 de Março passado, as testemunhas abrangidas pelo regime de protecção no âmbito do caso do homicídio do agente da PSP vão depor em julgamento através de videoconferência, considerando que poderão existir eventuais represálias. Uma decisão que o advogado de defesa do arguido Cláudio Coimbra criticou. As defesas dos arguidos assinalaram uma violação do princípio de imediação num cenário de interrogatórios à distância e o seu especial impacto num tribunal de júri (em que quatro jurados se juntam ao colectivo de três juízes), mas o tribunal desvalorizou a argumentação, fundamentando com o exemplo da actividade da justiça durante a pandemia de Covid-19.
Terceiro suspeito continua a monte
O terceiro suspeito de ter participado nas agressões a Fábio Guerra e mais três agentes da PSP continua a monte. Em Março a Polícia Nacional espanhola colocou uma publicação nas várias redes sociais a pedir a colaboração dos cidadãos para encontrarem o fugitivo, Clóvis Abreu.
O advogado de Clóvis Abreu assegurou à entrada do Campus de Justiça que o seu cliente está disponível para se apresentar caso seja chamado pelo Ministério Público, o que, disse, ainda não aconteceu.
Corpo do agente de 26 anos foi escoltado pela PSP até à Escola Prática de Polícia, em Torres Novas, onde foi homenageado no local onde se formou. Quem se cruzou com o jovem, brutalmente assassinado, descreve-o como alguém sempre pronto a ajudar o próximo.