Detidos dois suspeitos da morte de jovem numa rixa em Fátima
A Polícia Judiciária (PJ) deteve dois homens e constituiu arguidos mais 13, na sequência de uma operação policial realizada na sequência de uma rixa em Fátima na madrugada de dia 2 de Junho, que resultou na morte de um jovem de 26 anos.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve dois homens e constituiu arguidos mais 13, na sequência de uma operação policial realizada na sequência de uma rixa em Fátima na madrugada de dia 2 de Junho, que resultou na morte de um jovem de 26 anos. A operação policial, com o nome 'Operação Thémis', desenrolou-se na quinta-feira, 13 de Junho, e deu cumprimento de mandados de busca e de dois mandados de detenção, por suspeita dos crimes de homicídio qualificado, detenção de armas proibidas e participação em rixa. Os detidos serão presentes à autoridade judiciária para primeiro interrogatório e aplicação das medidas de coacção. A investigação prossegue, garantiu ainda a PJ.
No desenvolvimento da investigação do Departamento de Leiria da PJ, que teve o apoio de elementos da Diretoria do Centro, da Unidade de Armamento e Segurança e por peritos de Polícia Científica, foram realizadas várias buscas domiciliárias e detidos dois suspeitos, relacionados com o homicídio e na qual estarão envolvidos cidadãos timorenses. Foram constituídos arguidos mais 13 homens, além dos dois detidos, indiciados pelo crime de participação em rixa, procedendo-se aos respectivos interrogatórios e aplicação de termo de identidade e residência.
“A violência envolveu dois grupos opositores, estimando-se que tenha tido a intervenção de dezenas de elementos, todos do sexo masculino, utilizando armas brancas, barras de ferro, bastões e outros instrumentos de agressão”, lê-se ainda num comunicado de imprensa da PJ,que sublinha o apoio na investigação, desde a primeira hora, do Comando Territorial de Santarém da GNR, através do Destacamento de Tomar.
A operação policial desenvolveu-se toda em Fátima, adiantou à Lusa fonte da PJ, apesar de ter havido “elementos envolvidos na rixa que se deslocaram de Lisboa” para o local do incidente. Das agressões resultou a morte de um homem, de 26 anos, e, pelo menos, cinco feridos, com idades compreendidas entre 22 e 27 anos. A PJ recolheu ainda elementos “indiciários relevantes, bem como foram formalizados vários depoimentos e testemunhos, relacionados com a situação”.
Caso desencadeia reacções de governantes
Após os acontecimentos, o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, pediu desculpa aos portugueses e exigiu que a justiça seja dura com os responsáveis pelo homicídio. “Eu, como timorense e como Presidente, peço desculpa aos amigos e irmãos portugueses pelos distúrbios causados”, afirmou à Lusa o chefe de Estado timorense, propondo também que os vistos dos envolvidos fossem cancelados e estes expatriados para Timor-Leste.
O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, pediu aos jovens timorenses, residentes no país e na diáspora, para deixarem de praticar as “ditas” artes marciais e rituais. Os acontecimentos em Fátima foram também criticados pela Conferência Episcopal Timorense e pela Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), líder da oposição.
O presidente da Junta de Freguesia de Fátima, Humberto Silva, expressou preocupação com a insegurança, na sequência da morte de um imigrante. “Eu sinto-me preocupado. Somos uma cidade turística, os turistas [que] vêm a Fátima e os peregrinos [que] vêm Fátima gostam de sossego, sentem-se aqui bem”, afirmou à agência Lusa Humberto Silva, manifestando aflição com “estas perturbações, estes conflitos entre gangues, entre grupos de migrantes”.
Já a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, numa visita a Dili, afirmou que os timorenses são “bem-vindos a Portugal” e adiantou que os confrontos registados em Fátima estão a ser tratados como “qualquer incidente que acontece”, independentemente da nacionalidade.