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Manuel Martins

56 anos, agente funerário, Alcobertas (Rio Maior)

“Não devia haver reformas acima de 1500 euros por pessoa e 2500 euros por casal. O mal do país está aí e agora andam a mexer em ordenados nos quais não se devia tocar. Tiram sempre mais a quem ganha menos”* * *“O telemóvel hoje é indispensável e até tenho um com ecrã táctil, a que nem toda a gente se adapta. Até já aderi ao facebook há alguns anos. Encontram-se pessoas conhecidas, ganham-se mais amigos e vai crescendo”

Ainda é tempo de férias no início de Setembro?Este ano férias é mentira, já não há hipótese. Só se tirar três dias. Costumo reservar oito ou dez dias de férias, geralmente para a Nazaré ou para o Algarve. O ano passado fui à Madeira. Com a mudança de instalações da empresa não é fácil ter férias. Só se o Verão for até ao São Martinho... Qual é o seu destino de sonho?O meu destino foi sempre a trabalhar mas um dia gostava de fazer um cruzeiro, por exemplo pelo Mediterrâneo. Mas eu estou numa agência, a minha mulher noutra em Turquel, um dos filhos é trabalhador-estudante e o mais novo tem 14 anos. Não é fácil programar férias de sonho.A que festa popular não costuma faltar nos meses de Verão?Não costumo ir muito a festas populares mas não falto às Tasquinhas de Alcobertas onde há sempre bons petiscos, como um chouriço assado, magusto e outros. Em que carro é que um homem faz figura?Para mim não há carro como o Mercedes. É um carro, os outros são aproximações. Tanto na empresa como particularmente temos veículos da marca. Pode-se dizer que sou um adepto ferrenho da Mercedes.Qual é a coisa básica que faz falta a Rio Maior?Penso que vai abrir brevemente a loja de registos (Loja do Cidadão) que poderá ter alguma influência em Rio Maior, mas falta mais indústria e movimento à cidade que está praticamente parada e com o comércio a fechar cada vez mais. Aposta forte em jogos e lotarias?Jogo com alguma regularidade na lotaria mas não em totoloto ou euromilhões. Se me calha alguma coisa até posso apostar forte depois, mas não aposto em nada na maioria das vezes. Na lotaria só tive aproximações de números para acertar mas nunca deu nada.Vive rodeado de tecnologia ou tem o essencial?Temos computadores, acesso à Internet. O telemóvel hoje é indispensável e até tenho um com ecrã táctil, a que nem toda a gente se adapta. Até já aderi ao facebook há alguns anos. Encontram-se pessoas conhecidas, ganham-se mais amigos e vai crescendo. Está disposto a baixar os rendimentos a bem do país?Se ganho 600, 800 ou 1000 euros e tenho de baixar o salário 5 ou 10 por cento e quem ganha 20 mil, 50 mil ou 70 mil também diminuiu na mesma medida, está mal. Não devia haver reformas acima de 1500 euros por pessoa e 2500 euros por casal. O mal do país está aí e agora andam a mexer em ordenados nos quais não se devia tocar. Tiram sempre mais a quem ganha menos. Que lei aplicava em Portugal se tivesse poder para isso?Além das reformas, mudava a lei dos combustíveis. Porque é que a Galp vende a 1.54 euros um combustível e outros conseguem vender a 1.46 e 1.44 euros? Além disso, têm o combustível bem mais caro que em Espanha e perde o país em impostos e empregos ao longo de toda a fronteira. Vou frequentemente a França e, durante a viagem, a preocupação é abastecer em Espanha, atravessar o país e voltar a abastecer em Espanha, porque em França é mais caro.Já tinha saudades das semanas a falar de futebol, campeonato e arbitragens?Já sim, vejo assiduamente futebol, principalmente os jogos do Sporting. As equipas estão muito equilibradas. Espero que não apareçam mais escândalos no futebol como o caso do Valentim Loureiro, que é uma vergonha.O que gostava de ter sido na vida senão fosse agente funerário?Ia fazendo na juventude o que ia aparecendo, nunca se pôde sonhar com grandes trabalhos. Trabalhei na indústria do mobiliário no JJ Louro, depois tive fábrica minha e há 18 anos apostei na agência funerária, por acaso, quando no espaço de três meses morreram os avós da minha mulher.

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