uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
A jovem psicóloga que não sabe estar parada

A jovem psicóloga que não sabe estar parada

Cátia Pereira trabalha no CRIF e faz parte da direcção da Associação Vasco da Gama

Trabalha com unidades de Centro de Actividades Ocupacionais e dá formação profissional a pessoas com deficiência intelectual acima dos 16 anos.

Cátia Pereira costuma dizer que se tornou psicóloga por acaso porque o que queria ser mesmo era professora de História. É uma área que sempre a fascinou e que ainda gosta bastante mas, na altura de escolher, amigos e família aconselharam-na a não optar pelo ensino porque, argumentavam, seria muito difícil conseguir emprego. A jovem, de 28 anos, aceitou os conselhos e na altura de concorrer à universidade escolheu Psicologia porque sempre gostou de observar as pessoas.Licenciada em Psicologia pela Universidade de Coimbra, a jovem de Boleiros, freguesia de Fátima, teve a sorte de nunca ter ido a uma entrevista de emprego. Fez o estágio curricular no CRIF (Centro de Reabilitação e Integração de Fátima) e foi ficando. Está na instituição há cerca de sete anos. Trabalha com unidades de Centro de Actividades Ocupacionais e dá formação profissional a pessoas com deficiência intelectual acima dos 16 anos. O objectivo da sua actividade é dotar estas pessoas de competências de modo a integrá-las no mercado de trabalho.Com os seus utentes desenvolve actividades de reabilitação e estimulação cognitiva como jogos de palavras e de mesa. Além disso, também organiza grupos de teatro e dança. Cátia Pereira tem formação em teatro, actividade que começou na Associação Vasco da Gama, quando havia essa disciplina. Começou aos 14 anos e era fascinada por teatro porque podia ser tudo aquilo que não é na vida real. Entretanto, dedicou-se à psicologia e o teatro tornou-se apenas um passatempo.A psicóloga não sabe estar parada. O seu dia-a-dia é dividido entre o CRIF, o Centro de Dia de Boleiros, onde é secretária da direcção e a Associação Vasco da Gama, onde desempenha as funções de tesoureira. No entanto, sempre que é preciso dá uma ajuda no que for necessário. Além da sua actividade profissional, o que lhe ocupa mais tempo é sem dúvida o Vasco da Gama. Esta associação faz parte da família. O pai esteve sempre ligado ao clube e quando era pequena, tanto Cátia como uma das irmãs (a outra irmã é muito mais nova e não acompanhou esta fase) e a mãe acompanhavam o pai na sua aventura enquanto presidente e, mais tarde, membro da direcção do clube. “Em criança costumava ir com os jogadores na carrinha para os jogos. Eles vinham sempre a cantar e eu adorava aquele ambiente e aquela alegria toda”, recorda com um sorriso no rosto. Quando a convidaram para integrar a direcção aceitou com naturalidade o que deixou o pai todo orgulhoso.Até há cerca de três anos o Vasco da Gama teve uma equipa de futebol feminino que entretanto terminou. Cátia Pereira fez parte da equipa. Além de defesa central era a capitã de equipa. Adorava jogar à bola e confessa que teve pena quando foi necessário acabar com a equipa. Envolvida em tantos projectos ainda sobra tempo para a família? “Sobra sempre mas o facto do meu namorado ser jogador do Vasco da Gama e das minhas irmãs e o meu pai ajudarem o clube sempre que é preciso facilita as coisas. Se eles não estivessem perto de mim talvez não fizesse sentido mas como estamos todos juntos é normal estar tão ligada ao clube”, justifica.A jovem psicóloga acredita no poder do associativismo uma vez que são as colectividades que estão mais perto das pessoas. Cátia acredita que podem mudar os miúdos. E dá o exemplo de um jovem que antes de integrar os juvenis do Vasco da Gama fumava imenso e faltava muito às aulas. “Desde que veio para o futebol mudou completamente o seu comportamento”, destaca.Está na associação há três mandatos e pensa continuar. Além de toda esta actividade ainda faz parte da Assembleia de Freguesia de Fátima. “Gosto de estar próxima das pessoas da minha comunidade e sentir que posso ajudar a mudar qualquer coisa. Quando aceitei integrar a assembleia de freguesia achei que íamos conseguir mudar mais coisas mas vou continuar a lutar por aquilo em que acredito. Se me convidarem farei parte do próximo mandato”, afirma.
A jovem psicóloga que não sabe estar parada

Mais Notícias

    A carregar...