Festival Internacional de Folclore Celestino Graça em risco devido à falta de apoios
Responsável pela organização diz que a edição deste ano poderá ser a última
Iniciativa decorre em Santarém de 6 a 9 de Setembro com a participação de grupos da Argentina, Espanha, Estónia, Indonésia, Peru e Portugal.
A 53ª edição do Festival Internacional de Folclore Celestino Graça, que se realiza em Santarém de 6 a 9 de Setembro, poderá ser a última devido à falta de apoios oficiais ao evento. O alerta foi dado pelo presidente do Grupo Académico de Danças Ribatejanas, entidade que organiza o programa. Ludgero Mendes, que é também vereador na Câmara de Santarém eleito pelo PS, disse na última reunião do executivo municipal que a organização vai lutar até ao fim sem baixar os braços, mas que a situação é “muito complicada”.A intervenção não mereceu qualquer comentário por parte da maioria PSD, tendo o presidente da câmara, Ricardo Gonçalves (PSD), confirmado ao nosso jornal que o município não tem capacidade financeira para apoiar o festival.Ludgero Mendes explicou a O MIRANTE que a Câmara de Santarém deixou de dar apoio financeiro em 2011 e ainda lhes deve 25 mil euros referentes aos apoios de 2009 e 2010, no valor de 12.500 euros cada. E o apoio logístico da autarquia “está reduzido a quase nada”. A câmara responsabilizava-se habitualmente pelo espectáculo de ante-estreia, num espaço público da cidade, mas este ano foi dito à organização que teria de pagar 900 euros pelo aluguer do som. O habitual almoço regional que era oferecido pela autarquia às comitivas estrangeiras no seu refeitório foi também cancelado, pois foi pedida à organização uma verba de 1700 euros. Ludgero Mendes explica que, face a esse pedido, o Grupo Académico optou por organizar o almoço a suas expensas, nas instalações da Estação Zootécnica Nacional.“Nestas condições não é possível continuar”, diz Ludgero Mendes, explicando que a organização se responsabiliza pelo alojamento, refeições e transporte dos grupos estrangeiros e ainda pela atribuição de uma verba diária para os seus elementos, variável consoante o país de onde são originários. Por exemplo, os membros do grupo argentino recebem 5 euros diários e os do Peru três. Soma-se ainda o aluguer do auditório do CNEMA, onde se realiza a maior parte dos espectáculos, e o material promocional. Ao todo, o orçamento do festival situa-se entre os 30 mil e os 35 mil euros.Já quanto aos apoios oficiais, não chegam aos mil euros e são provenientes das juntas de freguesia da cidade. Há apoios dados por particulares e empresas, nomeadamente em géneros alimentícios utilizados na confecção das refeições para os elementos dos grupos participantes.Ludgero Mendes diz que não foi exagerado o alerta deixado na reunião de câmara e volta a criticar a falta de estratégia da autarquia ao “dar dinheiro a gente que vem de fora do concelho para espectáculos e obras sumptuárias, não se apostando no que é nosso”.Este ano, as danças e cantares do mundo sobem ao palco entre 6 e 9 de Setembro, com espectáculos no Jardim da Liberdade (6 de Setembro - 22h00) e no CNEMA (sexta e sábado às 22h15 e domingo às 17h00). Argentina, Espanha, Estónia, Indonésia, Peru e Portugal são os países representados.
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