Os moradores da urbanização situada na Quinta da Marquesa, em Azambuja, estão revoltados porque a câmara municipal decidiu fazer a limpeza dos passeios, repletos de ervas, mas começou a meio, junto à casa de um fiscal da autarquia. O resto dos passeios da urbanização ainda está por limpar. Na Rua Fernando Oliveira, onde mora Manuel Carvalho, engenheiro químico, só metade dos passeios foi limpo. “Uns são filhos de Deus e os outros são filhos do Diabo?”, questiona em tom irónico. A mesma opinião tem Alexandre Fernandes, técnico de vendas. Quando do apartamento onde mora viu dois funcionários da câmara fazer a limpeza ficou convencido de que toda a urbanização seria limpa. “Afinal estiveram dois dias a limpar os passeios, por acaso numa zona onde mora um fiscal da câmara, e pararam”, reclama. Alexandre alerta ainda que a vegetação é tão intensa junto aos prédios que alguns arbustos já tocam nos carros que entram na garagem do edifício. O fiscal da câmara que reside na zona que já foi limpa pela autarquia refuta as acusações e diz que exactamente por estar próximo do poder tem sido discriminado. “Em anos anteriores a zona dos prédios foi limpa e a minha casa ficou com arbustos que tapavam os muros”, denuncia Alexandre Grazina, que é também presidente do Grupo Desportivo de Azambuja, garantindo que com a ajuda de amigos já chegou a limpar os passeios.O vereador da câmara responsável pela manutenção destes espaços, Silvino Lúcio (PS), diz que deu instrução aos serviços para efectuar a limpeza da urbanização de cima para baixo e garante não ter conhecimento de zonas que foram deixadas com ervas. O vereador assegura que a limpeza vai ser efectuada em toda a urbanização à medida que os recursos da câmara estiverem disponíveis. “Estamos a cortar ervas durante a manhã e à tarde fazemos a rega”, explica.