A Câmara de Santarém declarou formalmente a caducidade do processo de obras em nome da Cruz Vermelha que previa a construção do novo quartel dessa entidade num terreno doado pela autarquia, sito na avenida Bernardo Santareno, próximo do hospital da cidade. A mesma deliberação, tomada na sexta-feira, 31 de Agosto, acciona a cláusula de reversão da parcela pelo que o terreno de 758 metros quadrados vai regressar para a posse do município. Decisão semelhante já tinha sido tomada pelo executivo municipal em Julho de 2009, sem que a Cruz Vermelha apresentasse então qualquer oposição em fase de audiência de interessados. No entanto a autarquia não fechou o processo tomando a deliberação definitiva que permite o registo do terreno em seu nome.Há mais de uma década que a delegação de Santarém da Cruz Vermelha se propôs construir uma nova sede, mas a falta de financiamento impediu o avanço do projecto, com um orçamento superior a um milhão de euros, para o qual a autarquia contribuiu com um terreno doado em 1993. O processo de obras datava do ano 2000. Ao longo dos anos a instituição não conseguiu garantir o dinheiro necessário para lançar a obra. A escritura do terreno em causa previa que a cláusula de reversão fosse accionada caso a Cruz Vermelha não iniciasse, a partir de 18 de Junho de 1993, a construção da sede no prazo de três anos. Esse prazo foi sucessivamente prorrogado pelos executivos municipais.Recorde-se que a delegação de Santarém da Cruz Vermelha Portuguesa tem os seus serviços de socorro há cerca de 20 anos em instalações provisórias e inadequadas no Campo Infante da Câmara, junto ao campo de futebol Chã das Padeiras.A direcção ainda foi tentando arranjar alternativas, como um imóvel adjacente ao comando distrital da PSP onde funcionou a manutenção militar de Santarém. Outra possibilidade ventilada para o parqueamento das viaturas foi o espaço onde funcionou uma antiga cooperativa de consumo, no Campo Infante da Câmara. Cruz Vermelha pensava que processo estava fechadoContactado por O MIRANTE, o responsável pela delegação da Cruz Vermelha de Santarém, António Conceição, pensava que a questão da reversão do terreno já estava resolvida desde 2009, dizendo que vai pedir informações ao departamento jurídico da instituição sobre o processo agora que surgiram estes novos desenvolvimentos.Quanto a novas instalações, António Conceição diz ter recebido da parte da autarquia a garantia de cedência de uma das escolas primárias da cidade a desactivar após estar concluído o centro escolar do Sacapeito, actualmente em construção.