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UDV de regresso aos campeonatos nacionais

UDV de regresso aos campeonatos nacionais

A União Desportiva Vilafranquense está de regresso aos campeonatos nacionais de futebol depois de uma vitória contra o Santa Iria que lhe deu o primeiro lugar no Pró-Nacional da Associação de Futebol de Lisboa.

O Vilafranquense está de regresso ao terceiro escalão do futebol português. No sábado, dia 21 de Maio, venceu (2-0) no Campo do Cevadeiro o Santa Iria num jogo em que o vencedor seria o campeão da liga Pró-Nacional da AF Lisboa. Os dois clubes chegaram ao último jogo do campeonato com 61 pontos em 28 jogos e com o mesmo número de vitórias e empates.
Na hora da verdade a União Desportiva Vilafranquense (UDV) mostrou que tem melhor equipa e um treinador mais preparado para mais altos voos.
O jogo atraiu uma pequena multidão ao Cevadeiro. De um lado os sócios e simpatizantes da UDV e do outro uma claque ruidosa do Santa Iria que apesar da derrota nunca deixou de apoiar a equipa.
O jogo foi decidido nos primeiros 10 minutos, altura em que a UDV marcou os dois golos que ditaram a vitória. O primeiro saiu da cabeça de Miguel Lourenço numa jogada de bola parada. O segundo foi da autoria de Ely que, à entrada da área, teve tempo para preparar um remate que fuzilou a baliza do guarda redes do Santa Iria.
Só no início da segunda parte, com as mexidas na equipa durante o intervalo, o Santa Iria deu sinais de que podia complicar as contas à UDV. Mas durou pouco tempo o domínio aparente do jogo por parte do Santa Iria. A UDV com uma defesa à altura das responsabilidades do jogo, e com Fábio Freire na frente e em grande forma, obrigava o Santa Iria a muitas cautelas defensivas.
A UDV ainda marcou um terceiro golo na segunda parte mas o árbitro assinalou falta. Sobre o trabalho da arbitragem nada a dizer: trabalho quase perfeito da equipa liderada por José Luzia, com Vítor Calhe e André Pereira como assistentes.
No Cevadeiro estavam 1900 assistentes com uma boa ajuda da claque do Santa Iria que fazia uma boa moldura humana do lado do rio Tejo. A poente as bancadas dos sócios e adeptos da UDV estavam cheias com uma claque bastante ruidosa (os Piranhas) a adivinharem desde o início a festa do título e da subida aos campeonatos nacionais.
Muita gente jovem entre a assistência a provar que o futebol em Vila Franca de Xira está a renascer das cinzas e a mobilizar os muitos adeptos vilafranquenses.
A maioria das substituições do jogo aconteceram a cerca de 10 minutos do fim o que prova que algo correu mal ao Santa Iria que, com uma só alteração ao intervalo conseguiu, por momentos, no reatar da partida, virar o sentido do jogo.
Já quase no final da partida, e de cabeça perdida, o capitão do Santa Iria esmurrou literalmente um jogador da UDV quando este se encontrava no chão depois de uma jogada em que o árbitro assinalou infracção às regras do jogo. Foi expulso debaixo de um coro de assobios mas o gesto do jogador do Santa Iria mostra até que ponto as equipas não estão preparadas para lutarem pela vitória até ao último segundo do jogo e entregam a taça antes ainda de ser conquistada.

À Margem


Um bom trio de arbitragem
O jogo entre a UDV e o Santa Iria deu para uma exibição de encher o olho do trio de arbitragem, de Lisboa composto liderado por José Luzia. Já vimos na primeira divisão arbitragens muito menos seguras na hora das grandes decisões. É verdade que os jogadores também não complicaram mas não se pode dizer que não tentaram. O árbitro é que, desde o apito inicial, mostrou estar à altura do jogo.
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As rádios locais não foram ao jogo
A Radio Alenquer e a Europa fizeram a transmissão quase integral do jogo da festa da UDV. As duas rádios locais, mais a rádio Iris, do concelho vizinho de Benavente, nem se dignaram aparecer. A festa da rádio num jogo de futebol também dá um certo encanto ao jogo principalmente para quem acompanha o futebol perto dos relatadores e comentaristas. É outra festa dentro da festa. Falta saber se havia muitos ouvintes.
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Os maquinistas da CP e a bola na linha
Cinco bolas para a linha do comboio foi o resultado final dos chutos para lá da rede que separa o campo do Rio Tejo. Pelo menos uma delas saiu na altura em que passava o comboio. Caso para dizer que o maquinista da CP bem pode ter sentido que também chutou à baliza se se der o caso de ser adepto do futebol e sentir a paixão pelo jogo em cima da linha.

O jogo nos bastidores
Este jogo da UDV tem uma história para contar dentro do relvado e outra na bancada onde se sentam os dirigentes da União. Ao intervalo já se notava nas hostes que o ambiente cheirava a festa. Rodolfo Frutuoso, o presidente da SAD, aproveitou o intervalo para ajudar a reforçar o prato dos doces que havia para distribuir. A 15 minutos do fim eis que começa a voltar a dar sinal de vida até agarrar no microfone e ele próprio começar a puxar pelos adeptos aos gritos de Viva a União, viva a UDV. Antes disso alguns dos seus assessores, já com o espírito na festa da vitória, roubaram o microfone ao homem do som que, mais tranquilo, tentava respeitar as leis do jogo, não usando o microfone enquanto a partida ainda decorria, dando conta das substituições, dos minutos de desconto e até anunciando num daqueles intervalos para substituições que Portugal tinha acabado de ganhar o campeonato da Europa em Sub 17.
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Eu causa própria
O repórter de O MIRANTE para este jogo já não fazia um jogo de futebol há 20 anos. Sinal de que envelheceu depressa porque, quanto ao resto, estão aqui as imagens que eram precisas para a reportagem e as notas que mais ninguém vai escrever. Vaidade em causa própria? Há muitos anos que neste jornal a maioria das reportagens não são assinadas ou têm a assinatura do colectivo.

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