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Comerciantes desesperam com obras no centro de Vila Franca de Xira

Comerciantes desesperam com obras no centro de Vila Franca de Xira

Empreitada no subsolo e de reposição do pavimento só deve estar concluída em Março e alguns lojistas não sabem como vão conseguir aguentar os seus negócios até lá.

As obras nas ruas Curado e Joaquim Pedro Monteiro, no centro de Vila Franca de Xira, há muito que eram desejadas. A intenção da câmara municipal e dos SMAS (Serviços Municipalizados de Água e Saneamento) é melhorar as infraestruturas subterrâneas de saneamento e mudar o pavimento da via, mas o corte do trânsito tem afectado o comércio local, com alguns lojistas a lamentarem-se que o fim da intervenção esteja previsto só para Março de 2017. Os comerciantes entendem a necessidade das obras mas dizem que está a ser difícil aguentar o negócio.
“Estamos a falar de obras que podem terminar em Março se tudo correr bem. Não sei como é que vamos fazer. Se continuarmos assim não vamos conseguir pagar as despesas, pois sem clientes não há consumo, não há facturação. Desde que as obras começaram que não temos clientes quase nenhuns”, desabafa Ana Sofia, dona de um bar na Rua Curado.
Também Jorge Silva viu perder clientes de um dia para o outro. O senhor de 70 anos trabalha num parque de estacionamento explorado por uma empresa e sem carros a entrarem na via o negócio parou. “Nós tínhamos uma média de 80 a 100 viaturas por dia e passamos a ter só dois carros. Isto está a sair muito mais caro do que pensávamos. O que vale é que as pessoas das obras têm colaborado connosco. Esperamos que a nova rua possibilite recuperar o que se perdeu nestes tempos”, diz.
Antes de começar as obras, a Câmara de Vila Franca de Xira reuniu-se com os comerciantes para lhes explicar o que iria ser feito. O presidente, Alberto Mesquita, até ficou surpreendido com a aceitação dos comerciantes que preferiram não interromper a obra no período do Natal, pois para eles quanto mais depressa as obras terminarem melhor. Contudo as obras pararam para as largadas da Feira de Outubro, apesar de soluções apresentadas pelos comerciantes.
“Foi solicitado que durante as obras não houvesse interrupções, inclusive na feira anual. Responderam que iam tentar que assim fosse, mas não se concretizou. Uma situação que talvez pudesse ser resolvida de outra forma, pois os atrasos são significativos para nós, para quem aqui trabalha, para quem aqui vive”, lamenta Carlos Cerejo, gerente de uma oficina de peças de automóveis.
Com vários prejuízos criados, os comerciantes esperam que com a rua renovada surjam mais clientes de forma a recuperar os que se perderam durante a empreitada. “Temos consciência dos prejuízos que ia causar e da necessidade das obras neste troço. A rua vai ficar valorizada. É continuar a lutar todos os dias de forma a minimizar os inconvenientes para os clientes”, indica Carlos.
Já Ana Sofia não sabe se aguenta até ao próximo ano. “Acredito que vai ficar bonito. Se voltar à normalidade já é bom. No entanto é muito tempo. Já estamos mal desde o mês passado e até Março é uma eternidade. Um estabelecimento não sobrevive assim”, confessa.

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