Cada cabeça sua sentença no rol de prioridades dos munícipes para o concelho do Cartaxo
Elogios ao que foi feito são ultrapassados pelas críticas ao que foi mal feito ou ao que ficou por fazer.
O Cartaxo encerrou as comemorações dos 200 anos da elevação a concelho e O MIRANTE foi perguntar a pessoas residentes nas oito freguesias o que pensam do município onde vivem e de quem o tem governado, bem como que obras gostariam de ver feitas. Há respostas para todos os gostos.
Ana Bonito,
17 anos, presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundário do Cartaxo
“Arranjar as estradas do Cartaxo porque têm muitos buracos há muitos anos” seria a primeira medida que a presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária do Cartaxo, Ana Bonito, 17 anos, tomaria caso fosse eleita presidente da câmara.
A jovem estudante diz que o concelho tem tido os autarcas que merece e deixa elogios ao actual presidente da câmara, Pedro Ribeiro (PS). “Pessoalmente gosto muito do presidente da câmara, acho que é uma pessoa excepcional. Só não faz mais porque não pode”, diz, acrescentando que as obras municipais de que mais gosta no concelho são a Quinta das Pratas e o Parque de Santa Eulália. “São espaços incríveis. Sou escuteira e costumamos ir lá fazer actividades”.
João Oliveira
67 anos, ex-presidente da Junta de Freguesia de Valada
O concelho do Cartaxo “tem tido os autarcas que merece porque as pessoas votam democraticamente”, diz João Oliveira, que foi presidente da Junta de Freguesia de Valada de 1980 a 1982 eleito pelo PS. “Desde 1980 houve bons presidentes do Partido Socialista na câmara e outros que foram uma desgraça. O Pedro Ribeiro tem competência mas apanhou a câmara de calças na mão e uma dívida de 53 milhões de euros”, considera. “Resolver e meter as contas em dia a pouco e pouco e tratar as freguesias de modo igual e proporcional”, seriam prioridades caso fosse eleito presidente da câmara. O ex-autarca elogia obras como a Quinta das Pratas, onde está o complexo de piscinas, um auditório e outras valências que servem a generalidade do concelho.
Samuel Vieira
40 anos, tenor e comentador de ópera na Antena 2, Vale da Pinta
“O Cartaxo tem uma série de problemas e acho que a prioridade é estabilizar e erradicar os problemas financeiros. Limpar o nome do município”, diz Samuel Vieira quando questionado sobre qual seria a sua primeira medida caso fosse presidente da câmara. O tenor e comentador de ópera na rádio Antena 2 aponta a variante entre o Cartaxo e Aveiras de Cima e o acesso para a A1 como dois bons exemplos de obras relevantes que “facilitaram a vida de muitas pessoas e criaram um fluxo de pessoas”. Quanto à opinião sobre os autarcas do concelho, diz que “generalizar é um erro”. “Sobretudo passa tudo por uma questão de formação e educação, pelos valores recebidos pela família. Há diferentes sensibilidades. E mesmo com a União de Freguesias a atenção tem sido dada”, considera.
Carlos Oliveira,
72 anos, reformado, Vale da Pedra
Se fosse eleito presidente da Câmara do Cartaxo, Carlos Oliveira acabava com o parque de estacionamento subterrâneo na cidade. “É uma vergonha. Cortaram a Estrada Nacional 3 e muitos querem que seja alterado. Gastou-se uma fortuna naquilo”, critica, ao mesmo tempo que diz que o concelho não tem tido autarcas à altura. “As pessoas certas, que deveriam lá estar, não querem ir. Nunca se arranja ninguém de jeito. Os eleitores só olham para partidos em vez de olhar para as pessoas”, opina.
De qualquer forma considera que “há terras bem piores que o nosso concelho” e afirma que a creche e a pré-escola em Vale da Pedra são exemplos de obras que considera uma mais-valia.
Priscila Queiroz
31 anos, empregada de mesa, Lapa
Priscila Queiroz é brasileira e vive na Lapa onde é empregada de mesa na Associação Filarmónica União Lapense (Lapa). Diz que gosta da praça central do Cartaxo, “porque nunca vi aquilo de outra maneira”, diz que os jardins são conservados e nota-se um esforço na sua manutenção. “Sou do Brasil e só estou cá há um ano e meio, mas todos os contactos que tenho tido com o presidente e autarcas têm sido óptimos. São muito prestáveis e fazem o que podem”, diz, acerca de quem governa o município. Se fosse presidente procuraria dinamizar o turismo e as festividades nas freguesias, especialmente na Lapa, bem como actividades para os mais jovens.
Graça Isabelinha
52 anos, professora, Pontével
O mau estado da rede viária do concelho levaria a professora e directora-adjunta da Escola Básica 2,3 de Pontével a ter uma atenção particular a essa área caso fosse eleita presidente da câmara.
Sobre se o concelho tem tido os autarcas que merece, Graça Isabelinha diz: “A resposta não é fácil, mas no meu entender não. Tem a ver com o histórico, porque houve momentos em que as pessoas erradas estiveram nesses cargos”. Considera que “a plantação das árvores no sábado foi uma obra importante para o concelho pelas razões óbvias: o ambiente e mais espaços verdes no concelho que faltam no Cartaxo”.
Sara Ramos
30 anos, farmacêutica, Ereira
Sara Ramos não encontra uma obra do município que se destaque. “Ultimamente não há dinheiro para nada e tenho dificuldade em encontrar alguma obra recente que tenha sido positiva”, diz a farmacêutica da Ereira, que considera ainda que o concelho merecia melhores autarcas. “Basta olhar para o que é o Cartaxo hoje e o que era há 10 ou 15 anos e vemos que tem estado a decair. Não sei se a culpa é exclusiva dos políticos, mas ajudou”.
Se fosse eleita presidente da câmara começaria por tentar dinamizar a indústria, o comércio e os serviços no concelho “para tentar fixar os novos que estão todos a ir embora”.
Manuel Gomes
60 anos, vendedor no mercado de Vila Chã de Ourique
Manuel Gomes é vendedor no mercado de Vila Chã de Ourique pelo que não surpreende que desse prioridade a essa área caso fosse eleito presidente da Câmara do Cartaxo. “Compunha e renovava os mercados todos para dinamizar a pequena economia e as estradas do concelho. Aqui não há empresas como em Azambuja e terem cortado a Estrada Nacional 3 e matado a Rua Batalhoz foi um grande erro”, aponta.
E o concelho tem tido os autarcas que merece? “Não, porque eles prometem, prometem e não fazem as coisas, mas isso é em todo o lado”, declara, referindo que o Estádio Municipal é uma grande obra para os miúdos e para todos os desportistas.