O Duatlo das Lezírias/Troféu José Luís de Matos, que se realizou no último fim-de-semana em Vila Franca de Xira, abriu a primeira etapa da Taça de Portugal PORterra mas poucos são já aqueles que se lembram do atleta que dá nome ao troféu.
Com excepção das pessoas da terra, organização e alguns amigos do atleta que ainda participam na competição, muitos desconhecem quem foi José Luís de Matos e dizem que se devia promover uma maior divulgação da sua pessoa. Carismático, dedicado, amigo e lutador, são alguns dos adjectivos que os que o conheciam usam para o lembrar. Mas cerca de uma dezena de atletas, escutados por O MIRANTE na manhã de domingo, 29 de Janeiro, admitiram não saber de quem se trata.
“Era uma pessoa fantástica com quem dava gosto competir. Acho muito importante terem dado o seu nome ao Duatlo das Lezírias mas é pena que ainda não se tivesse feito algo mais para divulgar o seu nome. Realmente já começa a haver muita gente que não sabe quem ele foi, especialmente os mais novos”, defende Pedro Nuno, amigo de José.
No meio do público que foi assistir ao Duatlo das Lezírias estava o pai do atleta, José Matos, que ainda se emociona passados 17 anos da morte do filho. “Ter o nome dele associado a esta prova é um orgulho muito grande e acredito que se ele cá estivesse iria gostar, esta foi sempre uma prova de que ele gostava”, explica a O MIRANTE.
A dor da perda ainda não passou e José Matos, também natural de Vila Franca de Xira, admite que com o passar dos anos as novas gerações já não saibam quem foi o seu filho mas acredita que tem sido feito o suficiente para honrar a sua memória. Nunca desistir foi um dos valores que José Luís de Matos deixou no ar até aos dias de hoje. “Era um rapaz que adorava desporto e brincar com os outros atletas, toda a gente gostava dele”, recorda, emocionado.
O malogrado atleta tinha 31 anos quando morreu em 2000 perto das Cardosas, entre Arruda dos Vinhos e Vila Franca de Xira, quando regressava de um treino. Um carro desgovernado entrou em despiste e atingiu-o de forma fatal. O condutor, residente nos Cotovios, foi julgado e condenado a quatro anos de prisão com pena suspensa. Mas pôde voltar às estradas e hoje continua a conduzir.
“Uma vez houve um grande despique aqui no duatlo em que o meu filho estava a lutar pela vitória mas foi encostado por um adversário que o derrubou na secção de BTT, na curva, e acabou por partir o ombro. Foram sempre provas muito renhidas e disputadas, ele adorava isto”, recorda o pai.

Ribatejano do Tramagal vence prova principal

A 21ª edição do Duatlo das Lezírias ficou marcado pela lama intensa causada pela chuva que afectou a região. Sheila Marques (Olímpico de Oeiras) e Octávio Vicente (Núcleo do Sporting da Golegã) foram os grandes vencedores no domingo, dia 29, da prova principal. Sheila Marques dominou a competição feminina desde os seus momentos iniciais. A jovem Pauline Vie, do Alhandra Sporting Club, terminou a prova na segunda posição e Marisa João, do Olímpico de Oeiras, completou o pódio feminino no terceiro lugar.
Na competição masculina Otávio Vicente, atleta do Tramagal (Abrantes), foi o mais rápido a cortar a meta beneficiando de uma quebra de rendimento dos líderes da prova na secção de BTT, que devido à lama levantou dificuldades acrescidas. Rui Dolores, do Amiciclo de Grândola, e Rui Narigueta, vencedor da prova no ano passado pelo Olímpico de Oeiras, completaram o pódio em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
Ana Marcelino, do Sport Lisboa e Benfica, e Ricardo Pissarra, do Alhandra Sporting Club, venceram a prova na categoria de Benjamins. Cassilda Carvalho (SLB) e Duarte Moreira (Fátima Escola de Triatlo), conquistaram o escalão de infantis. Rafaela Cananó Silva (Clube Natação do Cartaxo) e Francisco Protásio (SLB) foram os vencedores em Iniciados. Inês Rico (Alhandra Sporting Club) e Alexandre Montez (Rio Maior Triatlo) foram os melhores entre os Juvenis.
A prova é organizada pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, em parceria com o Alhandra Sporting Club e conta com o apoio técnico da Federação de Triatlo de Portugal.