A Telmo Duarte - Pedras Decorativas nasceu da vontade de inovar e vencer
Galardão Empresa do Ano
Telmo Duarte Jesus é um bom exemplo de dinamismo e sentido de oportunidade. Aos vinte e cinco anos, depois de um telefonema para casa do seu pai, feito por empresários chineses que estavam em Fátima para comprar uma espécie de calcário denominado pedra moca, meteu pés ao caminho e foi ter com eles ao hotel.
O progenitor não tinha pedra moca mas ele tinha muitas ideias a fervilhar na cabeça. Levou os chineses a visitar as pedreiras das redondezas e através daquele primeiro contacto pôs em marcha a sua própria empresa.
A Telmo Duarte - Comércio de Pedras Naturais nasceu praticamente ali. Aqueles chineses foram os primeiros clientes e outros se seguiram. Cinco anos mais tarde foi a uma feira internacional na China. Diversificou contactos e clientes. O negócio foi crescendo embora ele na altura não tivesse pedreiras, nem fábricas. Contratava terceiros e fazia negócio.
Telmo podia ter feito o seu percurso na fábrica de mármores do pai mas escolheu o seu próprio caminho. Já quando arranjava trabalhos em bares e restaurantes queria ser independente. Ganhar e gerir o seu dinheiro. O primeiro bloco de calcário que comprou foi com um subsídio de Natal que guardou. O negócio correu bem e em 2005 estava a exportar.
Apesar de ter feito o ensino básico e o secundário numa escola católica, de fazer voluntariado aos domingos à tarde no Santuário e de ter como nome de família Jesus, o dono da Telmo Duarte soube sempre que em matéria de negócios não há milagres nem ajudas divinas porque o que vale é o risco e o trabalho.
Quando recebe O MIRANTE tem calçadas umas botas grossas de trabalho com aspecto de terem andado por terrenos difíceis. A viatura que conduz, embora limpa no interior, mostra vestígios de passagem por zonas com muito pó. Telmo Duarte Jesus vai às pedreiras, às fábricas, aos escritórios. Desloca-se aos locais onde estão os clientes para os levar aos locais onde lhes pode mostrar o que tem para oferecer. Recebe-os no aeroporto, reúne com eles nos hotéis, em feiras, seja onde for. O seu telemóvel está sempre ligado.
O jovem empresário não perde uma oportunidade de promover Fátima e o comércio local. Muitos clientes da Telmo Duarte preferem ficar na zona quando se deslocam em negócios do que ficar em Lisboa. “Eu tento puxá-los para aqui. Temos bons acessos, bons restaurantes, bons hotéis. Geralmente acabam por reservar o último dia da estadia para visitar Lisboa. O resto do tempo é passado aqui. Para mim também é bom porque tenho mais tempo para lhes mostrar as coisas”, explica.
A empresa tem actualmente quatro pedreiras, embora uma delas esteja inactiva. Tem duas fábricas e equipamento moderno de corte e polimento. Dá emprego a sessenta pessoas, no total. A exploração das pedreiras é feita pela Marmitek, criada para esse efeito.
Em 2016 facturou 9,3 milhões de euros. Investiu milhão e meio de euros em equipamento para a parte fabril. Comprou uma enorme pedreira em Casal Farto. O ano passado facturou um pouco acima dos 9,3 milhões de euros.
A nível internacional a Telmo Duarte usa a designação Telmo Duarte - The Natural Stone Company. Não se estranha que assim seja. A totalidade da produção é exportada. Há pedra saída das suas pedreiras e trabalhada nas suas fábricas, em vários locais do mundo. Na China, no Kuwait, no Qatar, nos Estados Unidos da América, no Canadá.
Na fábrica nova, um pavilhão enorme, bem iluminado e que ele faz questão de ficar sempre bem limpo e arrumado no final de cada dia de trabalho, tem ampliações de fotografias de edifícios revestidos com pedras fornecidas pela sua empresa.
A Telmo Duarte tem condições para crescer mas o empresário quer avançar com passos seguros. Quer ter uma estrutura sólida e controlada. O seu maior problema são os recursos humanos. Pessoas qualificadas e responsáveis. Que estejam disponíveis e preparadas para assumir cargos e tomar decisões. Uma boa equipa não nasce de um dia para o outro.
Para além do pessoal o outro problema que a Telmo Duarte enfrenta é o dos licenciamentos. O empresário diz que vai conseguindo avançar mas lembra que há cerca de uma dúzia de entidades que têm que se pronunciar. Basta uma dizer que não concorda e o processo fica momentaneamente parado.