Moradores da Póvoa de Santa Iria mudam-se para contentores durante obras
Intervenção no bairro PER daquela cidade vai custar um milhão e meio de euros. Habitantes terão de ficar temporariamente instalados em contentores durante as obras de requalificação do bairro e dos 82 apartamentos. Município garante que contentores têm todas as condições de conforto.
Os moradores de 82 apartamentos do bairro PER (Programa Especial de Realojamento) da Póvoa de Santa Iria, também conhecido como bairro azul, vão ter de ficar a viver alguns meses dentro de contentores, enquanto as obras de melhoria e requalificação do bairro vão avançar.
São trabalhos de melhoria que há muitos anos eram reclamados por quem vive no local e que vão custar aos cofres da câmara um milhão e 500 mil euros. Os monoblocos estão equipados com “todas as condições”, incluindo ar condicionado, explica a câmara. Os moradores não vão mudar todos ao mesmo tempo mas sim mediante uma calendarização já distribuída por quem lá vive. “As pessoas têm sido acompanhadas e todos os moradores foram envolvidos. As pessoas conhecem a tipologia dos monoblocos e quando vão mudar”, explica Helena Pereira de Jesus, vereadora do município.
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, diz que os moradores devem estar contentes porque se trata de um investimento “importantíssimo” e “justo” para dar maior dignidade a quem vive no bairro, que Mesquita classifica de muito antigo. “Decidimos investir na requalificação daquele bairro porque consideramos que é desta forma que se aumenta o amor próprio de quem lá vive. Reconheço que são obras incómodas e de grande vulto, que não permitem que as pessoas estejam dentro de casa enquanto decorrem os trabalhos. É desagradável mas é a única forma de resolver os problemas que ali existem”, afirma.
De todos os bairros sociais do Programa Especial de Realojamento do concelho de Vila Franca de Xira, o Bairro Azul da Póvoa de Santa Iria era dos que mais necessitava de uma intervenção urgente. No final de Dezembro já ficaram concluídos os trabalhos de requalificação dos espaços exteriores do bairro, que orçaram em 158 mil euros. A zona chama-se bairro azul porque quando foi construído, há cerca de vinte anos, as casas eram azuis.