Politécnico lança ultimato à Escola de Gestão de Santarém para entregar avaliação de professores
Presidente do Instituto Politécnico de Santarém notificou a ESGTS para entregar até 20 de Fevereiro o processo que já devia estar concluído há um par de anos. Caso não seja cumprido esse prazo, os professores são todos classificados administrativamente com a mesma nota.
O presidente do Instituto Politécnico de Santarém (IPS), Jorge Justino, deu um prazo até 20 de Fevereiro para a Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém (ESGTS) entregar, para efeitos de homologação, o processo de avaliação de professores relativo ao período 2012-2014, que já devia estar concluído há um par de anos. Caso esse prazo não seja cumprido, os docentes serão todos avaliados com a mesma nota, 1 numa escala de zero a 3.
A avaliação dos professores está prevista por lei e pelo regulamento do Politécnico de Santarém e os seus resultados são importantes para progressão na carreira e subida de escalão remuneratório dos docentes - medidas que foram descongeladas pela Lei do Orçamento de Estado para 2018 após alguns anos suspensas. Refira-se que depois de feita a avaliação dos professores, as classificações têm de ser validadas pelo Conselho Técnico-Científico do IPS e, posteriormente, remetidas para homologação do presidente do Instituto Politécnico de Santarém. Só falta cumprir o último passo.
Contactado por O MIRANTE, o director da Escola de Gestão, Vítor Costa, informou que os processos relativos à avaliação de desempenho dos docentes da ESGTS foram remetidos ao Politécnico de Santarém em 23/03/2017, mas os processos relativos a dois docentes estavam incompletos, sendo que somente em Dezembro de 2017 tais docentes remeteram os documentos em falta. “Assim, um dos processos que estava incompleto já foi remetido ao instituto, sendo que o outro processo será também atempadamente remetido”, assegurou Vítor Costa em email datado de 31 de Janeiro de 2018.
A escala de avaliação de professores vai de 0 (zero) a 3 (três), indo de Insuficiente (menos de 0,75) a Excelente (de 2,25 a 3). Pelo meio há as classificações de Bom (entre 0,75 e 1,5) e Muito Bom (de 1,5 a 2,25).
Críticas à passividade de Jorge Justino
A situação tem gerado descontentamento entre alguns professores, que criticam não só a direcção da ESGTS, por não ter ainda concluído a entrega dos resultados da avaliação para homologação, como a passividade da presidência do Politécnico de Santarém por ter deixado arrastar o processo.
Luís Fé de Pinho é um dos professores descontentes. Tem uma avaliação de 3 pontos (que corresponde a Excelente) nesse período 2012-2014 já atribuída pelo Conselho Científico e Pedagógico e vê-se na contingência de ser classificado com 1 caso o processo não seja entregue para homologação dentro do prazo agora estipulado. “Estão a brincar com a classificação dos docentes e com a sua progressão na carreira, com prejuízos, nomeadamente de carácter financeiro”, diz o docente, que já expôs a situação ao Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL).
Esse professor já em Março de 2017 escrevera ao presidente do Politécnico de Santarém a alertá-lo para o arrastar do processo e perguntando qual o limite dado pelo IPS para a ESGTS remeter os processos de avaliação do desempenho docente relativos ao período 2012-2014 e que medidas tinham sido tomadas por Jorge Justino.