Assaltos e vandalismo em Fátima geram insegurança na cidade e no comércio
Nos últimos tempos os casos sucederam-se, afectando não só lojas como serviços públicos. Lojistas reclamam mais policiamento.
Os assaltos e actos de vandalismo que se têm verificado nos últimos tempos em Fátima afectaram a tranquilidade dos comerciantes e população locais. Segundo a GNR, desde o início deste ano e até final de Março ocorreram em Fátima oito assaltos a residências e cinco assaltos a estabelecimentos comerciais, segundo as autoridades locais. Os últimos casos tiveram como alvo, no dia 2 de Abril, o Posto de Turismo, o Centro de Saúde e o Centro Paroquial da cidade. Uma situação que já levou o presidente da câmara, Luís Albuquerque, a marcar uma reunião com as forças policiais para discutirem o assunto e procurar medidas para evitar que a situação se agrave. Até lá os comerciantes andam com o credo na boca, temendo ser a próxima vítima dos assaltantes.
“O que eles querem não são os terços e os santos, é o dinheiro, as pratas e o ouro”, diz Zulmira Gonçalves, proprietária de uma loja de artigos religiosos no centro de Fátima há mais de 20 anos. A comerciante acredita que há alguém conhecedor do terreno que está a dar as informações aos criminosos, porque parece que escolhem muito bem os locais que assaltam. Para a comerciante de 65 anos, devia haver mais policiamento nas ruas, sobretudo durante a madrugada. É que, diz, “nós aqui em Fátima não podemos colocar aquelas grades de ferro nas montras porque fica feio”.
Também Maria Santos acha que o aumento do policiamento poderia dissuadir a acção dos ladrões. Além disso, diz que durante os fins-de-semana “anda por aí muita gente a pedir e a arrumar carros, que assaltam e ameaçam as pessoas e as autoridades deviam estar mais atentas”. Para a comerciante de artigos religiosos no centro de Fátima, os criminosos são da zona e, como sabem que a terra é muito pacata, sentem-se à vontade para roubar.
A mesma opinião é partilhada por Jaquelina Santos, 49 anos. Para a comerciante de artigos religiosos no centro de Fátima, os larápios não só são da cidade como sabem bem o que querem. “As pessoas devem ser muito magras porque passam em zonas muito apertadas e também devem ser jovens pela agilidade que têm”, admite.
E se há quem acredite que os assaltantes são da zona, há também quem admita que os criminosos são de fora e só actuam em alturas em que há mais movimento dentro das lojas ou durante a madrugada, quando não se vê ninguém nas ruas. “Já tivemos situações de clientes que quando vão pagar o artigo apercebem-se que foram roubadas”, conta Daniel Sousa, vendedor de artigos religiosos. O comerciante, de 71 anos, confessa que não se sente menos seguro que há 40 anos quando abriu a loja, mas também acredita que “às vezes é preciso passar por isso para se ter noção da insegurança”.