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Há uma ribatejana a dar nas vistas no esqui alpino
Marta Carvalho é campeã nacional de esqui no seu escalão há quatro anos consecutivos

Há uma ribatejana a dar nas vistas no esqui alpino

Marta Carvalho vive em Santarém, longe da Serra da Estrela, mas isso não a impede de ser campeã nacional de esqui no seu escalão há quatro anos consecutivos. E já foi chamada à selecção nacional. Deslizar na neve a grande velocidade é uma paixão.

Marta Carvalho tem apenas 13 anos mas tem-se destacado na modalidade de esqui alpino em Portugal. Há quatro anos consecutivos que a jovem de Santarém é campeã nacional no seu escalão. O último título foi conquistado nos dias 28 e 29 de Abril, na estância de esqui da Serra da Estrela. Além de se sagrar campeã nacional na sua categoria (U-14) atingiu o pódio (3º lugar) na classificação geral absoluta (todos os escalões etários) na modalidade de slalom e quarto lugar no slalom gigante.
A adolescente vai reduzindo progressivamente a diferença para as atletas de outros escalões, tendo ficado na geral absoluta a escassos 0,8 centésimos de segundo da austríaca Lena Classing (sénior) que ficou em segundo lugar. No slalom gigante ficou arredada do pódio na classificação geral absoluta por ter ficado a 0,7 centésimos de segundos no conjunto das duas mangas de Diana Baptista (U-16) do Porto. O campeonato de 2017/2018 foi muito mais competitivo devido à presença de atletas estrangeiros a representar clubes portugueses.
A atleta conta a O MIRANTE que descobriu o esqui aos três anos através do pai, José Eduardo Carvalho - presidente da Associação Industrial Portuguesa -, que é adepto da modalidade. Aos sete anos começou a competir depois de treinadores estrangeiros terem dito aos pais que a filha tinha jeito para esse desporto. O seu primeiro clube foi o Clube de Ski Vale Formoso mas actuamente compete pelo Ski Clube de Portugal, que é o clube com mais títulos conquistados no nosso país nesta modalidade.

A alegria de representar a selecção
A atleta conta que se apaixonou pelo esqui sem dar por isso. Quando se apercebeu já estava viciada na modalidade. A sua maior alegria foi ter sido convocada para a selecção nacional. Esta época foi chamada para dois estágios da selecção e participou numa prova internacional. Marta quer ser profissional de esqui e sonha com a participação numa edição dos Jogos Olímpicos de Inverno.
“Quero dedicar-me à séria ao esqui porque, normalmente, depois dos 25 anos a carreira termina nesta modalidade. Depois gostava de ser treinadora de esqui mas quando for mais velha tomo uma decisão sobre o meu futuro profissional”, afirma.
É fã de esqui porque é um desporto que depende só de si e o único adversário é o cronómetro. Quer corra bem ou mal a responsabilidade é só sua e admite que a adrenalina que este desporto proporciona é o melhor de tudo. Os seus objectivos para as próximas épocas desportivas é continuar a ser chamada para a selecção nacional, continuar a ser campeã nacional e a melhorar no campeonato absoluto.

Lesões são a maior dor de cabeça

As lesões são uma das maiores preocupações desta modalidade. Há quatro anos, Marta treinava na estância de esqui em Formigal, Espanha, quando, ao passar de uma pista para a outra, caiu. Partiu a tíbia, fez um estiramento de ligamentos e deslocou a rótula. Ficou nove meses parada e nos primeiros dois meses teve que andar de muletas. Garante que foi o pior período da sua vida.
“Foi muito mau estar tanto tempo parado e essa lesão aconteceu pouco tempo antes da prova para o campeonato nacional. Perdi a época toda. Esses são os momentos mais complicados em que é preciso ter muita paciência porque sabemos que as lesões fazem parte de todas as modalidades mas nesta são mais frequentes”, diz. Para evitar mais lesões vai pelo menos uma vez por semana ao ginásio para fortalecer o joelho.

Semana para estudar, fim-de-semana para esquiar

A vida de Marta Carvalho é bastante organizada para conseguir conciliar os estudos com a actividade desportiva. Durante a semana dedica-se à escola e a estudar. Aos fins-de-semana vai para a Serra da Estrela treinar. Sempre acompanhada pelo pai. A mãe, Teresa Ferreira, e a irmã, Leonor, vão às vezes e não falham quando há provas desportivas. Quando não há neve na Serra da Estrela vai treinar para as estâncias de esqui em Espanha ou nos Alpes Franceses. Vai na sexta-feira, depois das aulas, e regressa no domingo.
“Não é nada fácil mas tenho conseguido. Quando tenho testes tenho que abdicar dos treinos aos fins-de-semana mas às vezes estudo depois de terminar os treinos. Tenho que saber gerir o meu tempo”, explica. Apesar de tudo, Marta Carvalho está no quadro de excelência da sua escola.

Há uma ribatejana a dar nas vistas no esqui alpino

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