
Armazém ilegal que incomodava moradores da Verdelha vai ser demolido
Município de Vila Franca de Xira comprou o espaço para continuar requalificação da EN10
Um antigo armazém construído ilegalmente à beira da Estrada Nacional 10 na Verdelha de Baixo, Alverca do Ribatejo, juntamente com o terreno que lhe está adjacente, vai ser comprado pela câmara municipal por 325 mil euros. A aquisição, aprovada por unanimidade na última reunião do executivo da Câmara em Vila Franca de Xira, permitirá dar sequência à requalificação da Estrada Nacional 10 entre Alverca e a Póvoa de Santa Iria. E ao mesmo tempo concluir um imbróglio jurídico que se arrastava há duas décadas e que muito transtorno causou aos moradores da zona, que chegaram a fazer manifestações de protesto e até a lançar abaixo-assinados contra a obra.
Com a compra do edifício, o município vai “imediatamente demoli-lo” e requalificar toda a entrada sul de Alverca, criando também novos acessos ao bairro da Verdelha de Baixo e preservando os dois obeliscos da antiga estrada real que ali existem na berma da estrada e que passarão a ficar salvaguardados no centro de um espaço pedonal. O município encontra-se agora a negociar outra pequena faixa de terreno, ao lado de onde está a empresa Alliance Healthcare, que espera também conseguir trazer à sua posse para completar a requalificação.
“Vamos implementar uma ideia com muitos anos, que é a de preservar aqueles padrões da antiga estrada real, são um património fantástico e agora chegou a altura de os preservar. Mas para fazer a requalificação precisamos de espaço para desviar o trânsito e isso consegue-se com a zona do armazém”, explica o presidente da câmara Alberto Mesquita.
Com a demolição do edifício - construído de forma ilegal nos anos 1990 e que nunca teve qualquer uso – Mesquita diz que se fecha “um processo antigo de ilegalidade”, sendo que os moradores da zona que “tanto protestaram” vão “finalmente ver o seu assunto resolvido”.
Os dois obeliscos que a câmara quer salvaguardar estão classificados como imóveis de interesse público e foram construídos em 1782 por iniciativa da rainha D. Maria I, como marcas cenográficas destinadas a assinalar o termo do território da capital. A sua construção antecede, em seis anos, os doze marcos de légua que existiram na antiga estrada real que ligava Lisboa a Santarém, onde apenas um – situado na Castanheira do Ribatejo – ainda se encontra no seu lugar original. Os restantes ou se encontram destruídos ou foram relocalizados e preservados noutros locais das diferentes freguesias.

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