Doente com cirurgia à tiróide duas vezes adiada no Hospital de Santarém
Da segunda vez, no dia 24 de Junho, Maria Cristina Magalhães já tinha sido encaminhada para o bloco operatório quando a médica recusou fazer a operação.
Maria Cristina Magalhães, 53 anos, tem vivido dias de angústia depois de ter visto ser adiada por duas vezes uma operação à tiroide no Hospital Distrital de Santarém. A última vez foi a 24 de Junho, quando esteve internada no serviço de cirurgia e chegou mesmo a ser encaminhada para o bloco operatório. Mas, diz, como eram 14h00 e o bloco fechava às 15h30, a médica endocrinologista recusou fazer a intervenção cirúrgica. O MIRANTE contactou o presidente do conselho de administração do Hospital de Santarém, José Josué, para tentar obter mais esclarecimentos mas não recebeu resposta até ao fecho desta edição.
“O que mais me revoltou nem foi a justificação dada, foi a forma fria como a médica falou comigo”, confessa a doente a
O MIRANTE, contando que ouviu mais tarde a endocrinologista referir que não trabalhava mais do que 35 horas semanais. Maria Cristina, proprietária de um pronto-a-vestir em Santarém, conta que há oito anos apareceu-lhe um nódulo no pescoço, mas só em Março deste ano a médica de família a aconselhou a ser operada. “Comecei a ter dificuldades em engolir e passei a engasgar-me bastante, sobretudo quando falo”, adianta a residente em Alpiarça.
Maria Cristina Magalhães fez os exames pedidos, foi às consultas de Anestesia e de Cirurgia no Hospital de Santarém e aguardou que fosse chamada. No início do mês de Junho recebeu a primeira carta. Uma convocatória para a cirurgia que dias depois foi adiada para o fim-de-semana de 23 e 24 de Junho. Foi internada pelas 10h30 de sábado, 23. “Hoje nem sei bem porque estava ali, já que podia estar em casa e fazer o mesmo”, confessa.
A empresária foi chamada para a cirurgia pelas 14h00 de domingo, 24 de Junho. Na altura, ainda a levaram até ao bloco operatório, até que a médica chegou e informou-a que não iria realizar a operação. “Foi como se me espetassem uma faca. Fiquei muito triste e revoltada. Ainda hoje não aceito o que se passou”, diz Maria Cristina, admitindo que a situação causou muitos incómodos. É que, conta, além de ter de fechar a loja e do marido meter dias de férias para nada, continua com o nódulo no pescoço que diz estar “cada vez pior”.