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Está na lista negra do Banco de Portugal por crédito que nunca fez
Moradora de Benavente continua a tentar resolver imbróglio de burla de que foi vítima

Está na lista negra do Banco de Portugal por crédito que nunca fez

Documentos e assinatura de Carla Alcaparra foram falsificados para obter um empréstimo visando a compra de um automóvel, em 2009, quando estava emigrada na Suíça. A vítima ficou com cadastro no Banco de Portugal e uma dívida de milhares de euros.

Carla Alcaparra, 28 anos, moradora em Benavente, foi impedida de fazer um crédito habitação, por ter o seu nome na “lista negra” do Banco de Portugal devido a um crédito automóvel, no valor de 39.896 mil euros, que nunca contraiu. A mulher assegura que não comprou nenhum automóvel e nem possui carta de condução. Alguém terá falsificado os seus documentos de identificação e a sua assinatura, para firmar um contrato para a compra de um Peugeot num stand de automóveis em Évora. O documento da venda do automóvel tem data de 2009, ano em que Carla Alcaparra estava emigrada na Suíça.
A lesada só teve conhecimento da situação em Setembro de 2017, quando se dirigiu a uma dependência bancária em Benavente, a fim de contrair um empréstimo para a compra de uma habitação naquela vila. De imediato apresentou queixa na Polícia Judiciária. O caso seguiu para o Tribunal Judicial da Comarca de Portalegre, mas foi arquivado por prescrição pois já tinham passado mais de cinco anos sobre os factos. “Como é que eu podia intervir mais cedo se não sabia que tinha sido burlada?”, questiona.
Carla Alcaparra acrescenta que há vários indícios que provam a burla, como a assinatura presente no documento da venda, onde “falta o nome de casada, que fazia parte da assinatura, na altura” e o erro mais evidente, “o ano de nascimento que está nos documentos e inclusive no Banco de Portugal é 1981”, ainda Carla não era nascida.
A lesada recusa-se a pagar uma dívida que não contraiu e tenta agora a reabertura do processo, com uma acção cível contra o stand que vendeu o automóvel e uma queixa por burla qualificada.
Contactada por O MIRANTE, a GNR confirma que o automóvel se encontra em circulação e que recebeu a queixa de Carla no Posto Territorial de Benavente, tendo remetido a mesma para tribunal. O processo pode voltar a cair em arquivamento, por se tratar de um crime cujo prazo de prescrição é de cinco anos.

Histórico de tentativas de burla e violência doméstica
Antes de Carla Alcaparra deixar Portugal já tinha sofrido uma tentativa de burla, também para a compra de um automóvel. Tinha 18 anos quando o seu ex-marido a obrigou a assinar documentos para a compra de um carro. “Espancou-me até me deixar a sangrar, para me obrigar a assinar os papéis. Do outro lado da porta estava um grupo de pessoas e estavam com uns documentos na mão”, conta Carla, que na altura apresentou queixa na GNR e a compra do automóvel não se chegou a concretizar. “Ele voltou a ameaçar-me e por isso fugi”, diz.

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