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Primeira fábrica de pizzas congeladas com Plano de Revitalização ao fim de três anos
Unidade fabril no Porto Alto foi concluída em 2015

Primeira fábrica de pizzas congeladas com Plano de Revitalização ao fim de três anos

Empresa no Porto Alto acumulou dívidas elevadas e teve de recorrer ao PER para não ficar insolvente. A empresa de pizzas refrigeradas do Porto Alto, concelho de Benavente, chegou a produzir quatro mil pizzas por hora e a entrar na rede de distribuição para gigantes como a Sonae.

A empresa que abriu a primeira fábrica de pizzas congeladas em Portugal, no Porto Alto, concelho de Benavente, começou a acumular dívidas pouco tempo após ter começado a funcionar, vendo-se obrigada a entregar no Tribunal do Comércio de Santarém um Plano Especial de Revitalização (PER). O plano foi apresentado no início deste mês de Agosto e é a tábua de salvação para a empresa se esta conseguir ir pagando aos credores.
A Brieftime - Indústria de Comércio de Produtos Alimentares S.A., que chegou a ser fornecedora para grupos de distribuição alimentar e hipermercados, como a Sonae, Dia de Portugal e Dia de Espanha, acumulou cerca de 6,6 milhões de euros e uma lista de cerca de 120 credores. Esta situação ocorre cerca de três anos após a entrada em funcionamento da fábrica, que chegou a produzir quatro mil pizzas por hora.
A unidade fabril no Porto Alto foi concluída em 2015, dois anos depois da constituição da empresa. A empresa teve apoios nacionais e europeus para a sua constituição, tendo recebido 1,7 milhões de euros através do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Nesse mesmo ano, a empresa obteve um resultado líquido negativo de 830 mil euros. Só em 2016, a Brieftime iniciou o fornecimento de pizzas, para a Sonae, com a marca “Fácil e Bom”. Um contrato que, segundo a empresa, “significou nove meses de custos em testes até se iniciar a comercialização”.
Em Setembro do último ano, a empresa angariou três novos clientes, o Dia de Espanha, Dia de Portugal e ITMI, levando à expectativa de se gerarem “vendas na ordem dos 900 mil euros”, lê-se em relatório. Os turnos foram aumentados, passando de dois para três, a funcionar de segunda-feira a sábado. Mas em Janeiro último viu-se forçada a fechar portas, sem saldo para pagar aos fornecedores e a meia centena de funcionários.
Uma das causas apontadas para o cenário negro foi o Dia de Espanha, revelando segundo a empresa, “total incapacidade de cumprir os prazos de pagamento acordados”. Apesar da situação económica difícil, a empresa escreve em documento dirigido ao Tribunal Judicial da Comarca de Santarém, onde deu entrada o PER, que “ainda acredita que é possível a sua recuperação”.

Funcionários na lista de credores

Há funcionários a integrar a lista de credores, reclamando salários em atraso, subsídios de férias e Natal e dias de férias por gozar, com créditos que ultrapassam, nalguns casos, os três mil euros.
O MIRANTE falou com um funcionário que acompanhou todo o processo desde a abertura até ao fecho de portas da empresa e que reclama agora a sua dívida. Não se identifica, na esperança de um dia voltar a trabalhar na empresa, mas não esconde a indignação perante o silêncio da empresa.

Primeira fábrica de pizzas congeladas com Plano de Revitalização ao fim de três anos

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