Alunos e pais fazem reparações em escola degradada e com telhado em fibrocimento
Ministério colocou a EB 2,3 de Benavente numa lista de espera que é demasiado longa. O Ministério da Educação não sabe quando poderá requalificar a escola. A câmara tem ajudado mas há problemas graves por resolver e um deles é a existência de velhos telhados com amianto que se estão a degradar.
Pais, alunos, professores e voluntários da Liga das Famílias - Missões Familiares Católicas estão a fazer algumas reparações urgentes na Escola EB 2,3 Duarte Lopes, em Benavente, com materiais disponibilizados pela câmara municipal. A direcção daquele estabelecimento de ensino e a autarquia têm feito pressão para que a escola seja requalificada mas a resposta é que a mesma continua em “lista de espera”.
As obras de pequenas reparações na Escola EB 2,3 Duarte Lopes em Benavente iniciaram-se na segunda-feira, 27 de Agosto, às 09h00, pelas mãos e vontade de pais, alunos, professores e voluntários da Liga das Famílias-Missões Familiares Católicas.
A escola é velha e soma diversos problemas como pavimentos das salas de aula degradados, portas rachadas, vidros partidos, falta de fechaduras, pinturas esfareladas, canalizações entupidas e tectos falsos de onde já desapareceram placas de cortiça.
A situação mais grave diz respeito às velhas e degradadas coberturas dos edifícios que são em fibrocimento, material que é composto por cerca de 15 por cento de amianto, um produto cancerígeno.
A presidente da Associação de Pais, Georgina Rodrigues diz que o estabelecimento de ensino está em avançado estado de degradação e que tal facto preocupa pais, professores e funcionários. “Há uma preocupação muito grande sobretudo com a segurança mas também com as condições em que se desenvolve o trabalho”, refere.
As pequenas reparações que se iniciaram na segunda-feira, 27 de Agosto, não vão resolver tudo mas são melhor do que nada pois, pelo menos, evitam o aumento da degradação e vão dar um ar mais agradável à escola.
Ana Pinho, mãe de uma aluna que vai iniciar o oitavo ano de escolaridade disse a O MIRANTE ter consciência da necessidade de uma requalificação profunda da escola mas optou por ajudar para a escola a ter uma “cara lavada“.
Mário Santos, o director do Agrupamento de Escolas de Benavente, diz que é difícil gerir os onze estabelecimentos de ensino pertencentes ao agrupamento com apenas 13 mil euros por mês e que a situação ainda é mais difícil quando a EB 2,3 Duarte Lopes está tão degradada.
Agradece à câmara municipal os esforços que tem feito para ajudar nas pequenas reparações durante o ano e lamenta que o Ministério da Educação, entidade responsável pela escola, tenha dito que “ainda não há verba” e que a mesma está em “lista de espera e sem data prevista para ser requalificada”.
“Com a ajuda da câmara municipal foram arranjadas as casas de banho que estavam praticamente todas sem funcionar. As janelas em acrílico foram substituídas pela direcção da escola para retirar o vidro velho e fraco mas não houve dinheiro suficiente para colocar vidro da melhor qualidade, tendo-se optado pelo mais barato”, revela.
Para além das obras de requalificação urgentes, a escola carece de um pavilhão onde os alunos possam ter aulas de educação física em recinto fechado. Em Junho passado O MIRANTE dava conta da distância de 400 metros, que os menores têm de percorrer da escola até ao pavilhão, sem a vigilância de um adulto. Até às piscinas os alunos também percorrem 800 metros nas mesmas condições, porque não há auxiliares para os acompanhar.