Câmara garante que não entrega gestão do Teatro Sá da Bandeira a privados
Ricardo Gonçalves presta esclarecimentos após contratar empresa para dinamização cultural. O presidente da Câmara de Santarém questionado na reunião do executivo, refere que projecto cultural vai ser desenvolvido em parceria entre município e empresa que venceu concurso público.
A gestão do Teatro Sá da Bandeira (TSB) não vai ser entregue nas mãos dos privados, segundo garante o presidente da Câmara de Santarém. Ricardo Gonçalves sublinha que o teatro, no centro histórico da cidade, vai ser gerido pela Câmara de Santarém em conjunto com a empresa que venceu o concurso público para desenvolver um projecto cultural no concelho.
Como O MIRANTE já tinha noticiado (edição 14 Agosto 2018), João Aidos, anterior programador do Teatro Virgínia (Torres Novas), vai cuidar da actividade cultural do concelho de Santarém. A sua empresa, a J. Aidos-Consultadoria e Gestão de Projectos, Lda, venceu o concurso público lançado pela autarquia e agora vai receber 74 mil euros para implementar, no período de um ano, o projecto “Santarém Cultura”.
Ricardo Gonçalves teve de vir esclarecer a situação e os moldes em que vai funcionar a relação da autarquia com a empresa, devido a dúvidas levantadas na última reunião do executivo pelo vereador André Lopes (PS, que considerou o valor da avença com a J. Aidos-Consultadoria e Gestão de Projectos, Lda “bastante generosa”. O autarca da oposição realçou o aumento progressivo dos custos com espectáculos no Sá da Bandeira, que deram agora um salto ainda maior. Segundo os dados revelados pelo vereador, em 2015 o total do orçamento para espectáculos no teatro foi doze mil euros, subindo para vinte mil euros no ano seguinte. Em 2017 o orçamento foi de trinta mil euros.
Ricardo Gonçalves justificou o agora maior investimento em actividades nesta sala de espectáculos, dizendo que o projecto “Santarém Cultura” vai abranger também toda a programação cultural de todas as freguesias do concelho. A empresa, além de trabalhar na programação cultural na cidade e nas freguesias, vai também “coordenar os processos de candidaturas a fundos e a projectos e construir o mapeamento cultural da região”.
Recorde-se que o contrato com o anterior programador do TSB, Pedro Barreiro, não foi renovado porque este, em Setembro de 2017, envolveu-se directamente na campanha eleitoral autárquica para tentar beneficiar o seu pai, Rui Barreiro, adversário político de Ricardo Gonçalves, que acabou por ser eleito para o segundo mandato. O programador usou a rede social Facebook para atacar o presidente para o qual trabalhava, chegando a chamar-lhe “medíocre”. Na sequência disso o executivo camarário decidiu anular o procedimento concursal para o preenchimento de quatro postos de trabalho de técnico superior da área de produção e espectáculo para o TSB, que tinha a decorrer desde Novembro de 2016.