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Com diminuição do oxigénio na água do Tejo não é seguro comer peixe do rio
José Louza e Armindo Silveira afirmam que o Rio Tejo está doente

Com diminuição do oxigénio na água do Tejo não é seguro comer peixe do rio

Ambientalistas da região alertam para consequências na pesca e na agricultura. Com o alerta da Agência Portuguesa do Ambiente para a diminuição dos níveis de oxigénio no Tejo, duas organizações ambientalistas do distrito de Santarém dizem que as algas vão desenvolver-se e os peixes vão ficar com mais toxinas, o que põe em causa a saúde e a sobrevivência dos pescadores.

Os baixos valores de oxigénio na água do Tejo, a montante de Mação, na albufeira do Fratel, para os quais alertou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vai ter implicações na qualidade da água na extensão do rio que atravessa o distrito de Santarém, o que pode provocar a mortandade de peixes e por em causa a sobrevivência dos pescadores. Esta convicção é de duas organizações ambientalistas da região que já não acreditam que seja seguro consumir peixe do rio. A diminuição do oxigénio na água está relacionada com a redução dos caudais do rio.
Armindo Silveira, do Movimento Protejo, não tem dúvidas que este é mais um sintoma de um rio que está doente e refere que o que está em causa não é só a sobrevivência da fauna piscícola, mas também as regas dos agricultores, o sustento dos pescadores e a segurança no consumo dos peixes do Tejo. “Isto pode tanto provocar uma grande mortandade de peixes e acabar com o sustento de muitos pescadores como tornar a água quase que imprópria para a rega e obrigar os agricultores a recorrer cada vez mais aos lençóis freáticos”, realça, recordando que em Setembro do ano passado ocorreu um episódio semelhante.
Para o presidente do movimento EcoCartaxo, José Louza, não é preciso fazer análises à água do rio para se saber que “não é cem por cento seguro consumir os peixes do Tejo”. Além da poluição, a falta de oxigénio aliada às altas temperaturas vai fazer com que nasçam mais algas nas barragens que vão ser consumidas pelos peixes que ficam assim com níveis de toxinas mais elevados. “Ninguém pode confirmar que os peixes do Tejo são seguros”, reforça Armindo Silveira, esperando que os problemas do Tejo se resolvam para se evitarem situações dramáticas.
“Se continuarmos a mandar porcarias para o rio, é natural que quem lá vive sofre e, provavelmente, não estará em condições”, admite José Louza, sublinhando que este é um problema de todos: “É que não vão ser só os pescadores e os agricultores a saírem prejudicados. Todos nós vamos sofrer”, defende o activista, não observando um futuro risonho para o Tejo. O presidente do movimento EcoCartaxo considera urgente que se acabe com a poluição, neste caso no Tejo, e que se restaure a floresta, para “evitarmos o caminho da desgraça”.
A Agência Portuguesa do Ambiente veio no dia 22 de Agosto alertar para valores de oxigénio abaixo do limite mínimo registados na albufeira de Fratel, com riscos para a sobrevivência da fauna piscícola. O agravamento da qualidade da água do rio que fez com que APA contactasse com a Direcção Geral de Saúde e a EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres e a Dirección General del Agua, de Espanha, para que fossem adoptadas medidas de gestão de caudais a montante, na parte espanhola da bacia.

Com diminuição do oxigénio na água do Tejo não é seguro comer peixe do rio

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