O triunfo dos porcos
Basta ler com alguma atenção O MIRANTE
para nos apercebermos da regularidade com que são publicadas notícias sobre a falta de limpeza e higiene urbana em muitos pontos da vasta região ribatejana. Geralmente, é quem está no poder nas autarquias locais, sejam elas câmaras ou juntas de freguesia, que fica com as orelhas a arder devido aos protestos de cidadãos pelo lixo e sujidade que se vai vendo pelas nossas vilas e cidades.
Como diz o povo, quando se aponta o dedo a alguém temos três dedos a apontar para nós. E neste capítulo passa-se o mesmo. A falta de higiene urbana deve-se em grande parte à falta de civismo e de respeito pelo espaço público que muitos cidadãos patenteiam, mandando lixo para o chão, depositando os resíduos fora dos contentores, não seleccionando os materiais para reciclagem, encarecendo assim a factura que o seu município tem que pagar às entidades que gerem os aterros sanitários e contribuindo, consequentemente, para o aumento das tarifas associadas aos resíduos sólidos urbanos que são cobradas aos munícipes.
Mas, claro, quando as tarifas subirem, e se continuarmos assim vão subir exponencialmente com toda a certeza, lá virão os indignados do costume vociferar contra os políticos, porque estes têm as costas largas mesmo que por vezes não tenham grandes culpas no cartório, como me parece ser no caso em apreço...
Ernesto Folgosinho