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Enfermeiros de Vila Franca de Xira fazem assistência ao domicílio de táxi
Viaturas existentes nos centros de saúde estão obsoletas e sem motoristas. Sindicato e direcção do Agrupamento de Centros de Saúde compreendem a surpresa da população mas referem vantagens de um serviço que se torna mais rápido e eficiente.
Os enfermeiros que realizam as consultas domiciliárias de enfermagem nos centros de saúde do concelho de Vila Franca de Xira estão a deslocar-se de táxi para a casa dos utentes. Uma solução que tem causado espanto em alguns moradores mas que já se realiza há vários anos, porque a maioria dos automóveis ao serviço nos diferentes centros de saúde estão velhos, a precisar de manutenção ou sem motoristas.
A directora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Estuário do Tejo, Maria do Céu Canhão, admite que os enfermeiros recorrerem a táxis para irem realizarem os apoios domiciliários é “prática comum”, não apenas nos centros de saúde do concelho mas em toda a região e até em Lisboa.
“Há um conjunto de vantagens associadas ao uso de táxi, apesar de ser um pouco mais oneroso que o uso de viaturas próprias, nomeadamente o tempo que não se perde em estacionamento, a rentabilização do tempo da deslocação e a facilidade. Mas é um facto que as viaturas que temos nem sempre são suficientes para todos os serviços que são exigidos”, explica a responsável a O MIRANTE.
Naquele ACES, ainda antes da entrada desta nova responsável, as viaturas existentes estavam bastante velhas e algumas foram sendo entretanto abatidas, sem que novas tivessem chegado para o seu lugar. “Esta é uma fase transitória e estamos a aguardar a chegada de uma nova viatura”, refere.
Uso do táxi é vantajoso
Apesar dos moradores estranharem o uso do táxi, Rui Marroni, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), reconhece que o seu uso é vantajoso, não apenas para os centros de saúde como também para os utentes. “Os centros de saúde não têm motoristas habilitados para levar os enfermeiros e muitos deles não querem perder tempo a conduzir porque têm muitos utentes para visitar. Usando o táxi evitam perder tempo a estacionar e evitam multas. O uso do táxi é transversal não apenas a Vila Franca de Xira mas a todo o país. O parque automóvel está absolutamente obsoleto. A maioria dos carros tem anos a mais, problemas mecânicos e não oferecem segurança a quem conduz”, explica.
O sindicalista lembra que a questão do uso de táxis é a menor de todas as preocupações, lembrando por exemplo que a forma como são transportados actualmente os resíduos contaminados das visitas domiciliárias “é um caso de saúde pública” e deve ser alvo da atenção da tutela. O custo envolvendo o uso de táxis é suportado pelos ACES.
Beber um café enquanto o táxi espera
Na última semana uma leitora de O MIRANTE mostrou a sua indignação por ter visto duas enfermeiras do Centro de Saúde de Vialonga a tomar o pequeno-almoço na pastelaria enquanto o táxi esperava. Rui Marroni, do SEP, diz que estas situações são decorrentes do cansaço dos profissionais e que “ninguém lamenta quando estes são obrigados a fazer horas a mais que não são pagas, para atender todos os utentes que lhes são programados”, notando que a maioria dos profissionais nunca deixa utentes para trás. Até porque, considera, “não faz sentido os profissionais voltarem ao centro de saúde, tomarem o café da manhã e voltarem a deslocar-se para o local do serviço”, sendo muitas vezes preferível parar a meio do caminho.
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