A lei diz que um Plano Director Municipal, habitualmente designado pela sigla PDM é, e citamos: “... um instrumento de referência para a elaboração dos demais planos municipais”, etc e tal. A realidade mostra que um PDM é um monumento de homenagem aos burocratas e às burocracias por a sua revisão se arrastar pelos famosos gabinetes das direcções gerais e mais que tais, durante décadas e décadas. Na última reunião da Câmara de Tomar, o vereador José Delgado (PSD) lançou o PDM lá da terra para o barulho e a conversa foi surreal. “Parece a anedota do estamos quase, estamos quase e nunca mais lá chegamos”, disse ele sobre os anos que já passaram desde que a autarquia decidiu, em 13 de Julho de 1998, iniciar a sua revisão. O vice-presidente Hugo Cristóvão (PS) recordou que no distrito de Santarém ainda nenhum PDM foi revisto (na verdade o de Constância já foi) dado que as dezenas de entidades que têm que dar pareceres, ou não trabalham, ou são extintas e substituídas por outras tendo que voltar tudo à primeira forma, ou andam entretidas a inventar novos problemas como parece ser agora. Segundo ele, há uma tentativa de colocar Tomar em zona de Reserva Ecológica Nacional o que a ser concretizado levaria à quase impossibilidade de fazer qualquer reabilitação em edifícios uma vez que tal careceria de autorização, entre outras, da Agência Portuguesa do Ambiente que nunca daria o seu aval a tal coisa. “Ainda temos que mudar a cidade de sítio», desabafou o autarca.