Passeio abateu em Abrantes há quatro anos e assim ficou
Munícipe queixa-se que o deslizamento de terras lhe causou danos na sua propriedade e acusa município de inércia.
Uma falha de comunicação entre dois serviços técnicos da Câmara de Abrantes levou a que não tenha havido resposta a um deslizamento de terras na via pública em plena cidade durante quatro anos. O caso remonta a Novembro de 2014 e foi agora tornado público pelo proprietário de um terreno afectado pelo abatimento do passeio na Rua de São João Batista de Ajudá. Jorge Grácio acusa o município de nada ter feito. Já a autarquia alega em sua defesa o facto de um muro confinante com o passeio, propriedade do munícipe, ter cedido primeiro, tendo o passeio cedido por arrasto.
A autarquia contactou Jorge Grácio pela primeira vez no dia 11 de Dezembro, tendo ficado agendada para esta sexta-feira, 14 de Dezembro, uma reunião sobre o assunto. O munícipe já tinha ido à reunião de câmara de 27 de Novembro, onde o seu advogado expôs o caso à vereação.
Em Novembro de 2014, Jorge Grácio foi surpreendido com o “deslizamento do passeio” adjacente à sua propriedade e, passadas poucas horas, “à queda do muro da sua propriedade”. O proprietário diz ter chamado os bombeiros “duas vezes” nesse dia. Uma primeira vez, cerca das 15h00, quando o passeio cedeu, e outra cerca das 20h00, quando o muro desabou.
Jorge Grácio diz que só no dia seguinte os técnicos da Câmara de Abrantes estiveram no local. “Substituiram as fitas de plástico colocadas pela Protecção Civil por grades da câmara”. Grades essas que ainda são as mesmas que se encontram no local desde 2014”, afirmou Jorge Grácio. “Nada mais fizeram, nem nunca mais aqui vieram”.
O vereador da Câmara de Abrantes João Gomes (PS) admite que o processo não decorreu da melhor forma. “Assumimos o erro de nunca ter notificado o munícipe. Houve uma falha de comunicação entre dois serviços técnicos da câmara”, disse na última reunião do executivo. O autarca sublinha que o município não vai fazer para já qualquer tipo de intervenção no passeio, pois tudo depende da reconstrução do troço de parede que pertence ao munícipe.