Presidente da Póvoa diz que utentes não precisam de ir para o centro de saúde de madrugada
Autarca lembra que já existem outros mecanismos ao dispor para as pessoas poderem marcar as consultas.
O presidente da União de Freguesias de Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, Jorge Ribeiro (PS), diz que a população não tem necessidade de ir para a porta do centro de saúde de madrugada para conseguir consultas. Tudo porque, considera, já existem outros mecanismos ao dispor da população para poder agendar as suas idas ao médico, seja pela internet ou por telefone, sem ter de ir para uma fila de noite esperar pelo médico.
As declarações do autarca geraram uma onda de protestos na comunidade porque muitos utentes que não têm médico de família são forçados a ir para as filas à porta do centro de saúde para conseguirem consultas de recurso, que normalmente são poucas e, quando aparecem, ficam imediatamente preenchidas. A falta de funcionários faz também com que quem precise de telefonar para o centro de saúde fique muita vez sem resposta pois não há quem atenda a chamada.
“O que eu disse e fui mal interpretado, é que com os mecanismos a funcionar as pessoas não têm de se deslocar para lá de madrugada. As pessoas têm formas de contactar o centro de saúde sem terem de se deslocar para lá”, esclareceu.
O assunto da falta de médicos na Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa veio a lume na última sessão da assembleia de freguesia pelo eleito David Costa, da CDU, que criticou a degradação dos serviços locais de saúde. “Começamos a assistir à falta de médicos no Forte da Casa, muitos utentes sem consulta e os que têm médico na Póvoa esperam três semanas para conseguir consulta. Temos uma população idosa e isto está a trazer constrangimentos grandes no acesso à saúde”, criticou.
Médico de baixa no Forte da Casa
Naquela união de freguesias estão em funcionamento duas Unidades de Saúde Familiar (USF). Na Póvoa, a USF Reynaldo dos Santos abrange 14 mil pessoas e duas mil estão ainda sem médico de família. Na USF do Forte da Casa os utentes têm médico de família atribuído mas estão a sentir dificuldades porque um dos clínicos que estava ao serviço adoeceu e está de baixa. “Neste momento faltam dois médicos para esses dois mil utentes. Na nossa realidade é um número residual. O que pretendemos é a colocação de dois médicos e o reforço da USF do Forte para que o médico que lá está em falta possa ser colocado para o serviço ter abrangência total”, explica Jorge Ribeiro.