Os arqueiros da Filarmónica União Matense têm pontaria afinada
Colectividade da aldeia de Mata, em Torres Novas, conquistou campeonato nacional no tiro com arco. Sérgio Poupado treina 43 arqueiros, 23 deles federados. A procura tem sido muita dentro e fora do concelho.
A Sociedade Filarmónica União Matense (SFUM), sediada na aldeia de Mata, no concelho de Torres Novas, tem 148 anos de existência e, apesar da aldeia sofrer com o problema da desertificação, esta centenária associação não se pode queixar do mesmo mal. Aliás, muito pelo contrário. A par de todas as actividades culturais e recreativas que desenvolvem ao longo do ano, há cerca de dois anos que muitos são os que a procuram para aprender ou praticar a modalidade de tiro com arco que tornou a colectividade campeã nacional por equipas na época que agora terminou e colocou o nome da aldeia nas páginas dos jornais.
Tudo começou com a actividade amadora de um grupo de jovens, enquadrados pelo treinador Sérgio Poupado, que começou a treinar com regularidade no campo de jogos da colectividade. O campo estava sem actividade, uma vez que a equipa de futebol que outrora fez parte da SFUM deixou de existir por falta de jogadores.
De um grupo de amadores, depressa se passou para um grupo onde actualmente estão já elementos federados que competem a nível nacional e raras são as vezes que, nas competições ao longo do ano, não conquistam lugares no pódio.
A Secção de Tiro com Arco da Sociedade Filarmónica União Matense, como ficou denominada, uniu-se à colectividade por questões formais, uma vez que para começar a competir em campeonatos federados tem que haver um estatuto jurídico e fazer essa junção foi a melhor das soluções.
“Foi nessa altura que, tendo já o estatuto jurídico e podendo ir a campeonatos nacionais federados, os atletas começaram a ganhar uma nova ambição”, explicou João Filipe Santos, presidente da direcção da SFUM.
Exemplo do sucesso que a modalidade tem é ter-se sagrado campeã nacional por clubes em Tiro com Arco, numa época em que acumulou pódios individuais e vitórias colectivas durante as várias etapas da competição. Obteve ainda 13 títulos de campeão nacional a nível individual.
Os arqueiros da STASFUM conquistaram também, nos diversos campeonatos da Federação de Arqueiros e Besteiros de Portugal (FABP), 26 medalhas, sendo 13 de ouro, 8 de prata e 5 de bronze.
Esta é uma modalidade dispendiosa, mas os arcos e as flechas são adquiridos pelos próprios arqueiros. Os arcos podem ir desde os 300 aos 3 mil euros. Mesmo assim, os arqueiros não desarmam. “Esta actividade veio dar muita energia à associação e a toda aldeia. Há um ambiente muito agradável entre todos e a parte competitiva é muito importante. É claro que todos gostamos de os ver subir ao primeiro lugar de um pódio”, sublinhou o responsável. Os treinos decorrem todos os sábados da parte da tarde, no campo de jogos da colectividade.
Neste momento a STASFUM conta com 43 arqueiros, 23 deles federados e 20 não federados. Chegam de todo o lado do concelho e até de fora dele. “Temos arqueiros da aldeia, de aldeias vizinhas, de Torres Novas e até de Santarém”. Dez destes atletas são do sexo feminino.