Claúdio Grácio recupera de leucemia cinco meses após transplante
A felicidade de ter o pai como dador também contribuiu para a recuperação. Cláudio Grácio era um jovem saudável mas em Dezembro de 2015 foi-lhe diagnosticado leucemia mielóide aguda. Fez quimioterapia e começou a melhorar mas a esperança de recuperação esfumou-se. Este ano teve que se sujeitar a um transplante. O pai, Sebastião Grácio foi o dador.
Cinco meses após ter feito um transplante de medula óssea, em que o dador foi o próprio pai, Cláudio Grácio, diagnosticado com uma leucemia rara, é um homem feliz e sente-se cheio de energia e de vida, apesar de continuar a visitar o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e a fazer análises, todas as semanas, para acompanhamento da sua situação.
Numa conversa telefónica com
O MIRANTE, dias antes do Natal Cláudio confessou que este ano, o Natal é passado em casa, na Chaínça, concelho de Abrantes, acompanhado da esposa, dos pais, dos sogros e dos filhos de sete meses e nove anos. Desta vez, como não pode comer doçaria natalícia confeccionada em pastelarias nem bacalhau demolhado em casa, vai ser ele, juntamente com a esposa, Tatiana Damas e a sogra, a preparar os doces para a consoada. “Não gosto muito do Natal porque o meu filho mais velho não costuma passá-lo comigo e também porque foi nessa altura que me diagnosticaram pela primeira vez leucemia. Mas, desta vez é diferente”, diz Cláudio Grácio ao telefone, uma vez que foi aconselhado a, nesta fase da recuperação, não ter contacto com outras pessoas fora do círculo familiar.
Desde que teve alta do IPO do Porto, a 10 de Agosto, o jovem de 26 anos tem passado os dias a tomar conta do seu rebento mais novo e fazendo as mais variadas tarefas domésticas. “Como não posso apanhar constipações nem o meu filho pode apanhar aqueles vírus típicos das crianças, vou-me mantendo com ele em casa”, adianta, revelando que, à conta disso, tem-se aprimorado na cozinha.
A partir de Janeiro vai começar a levar novamente todas as vacinas do Plano Nacional de Vacinação e, a partir daí, irá recuperando gradualmente a vida normal, devendo recomeçar a trabalhar na altura do Verão.
Cláudio Grácio é motorista de transportes colectivos e sempre foi uma pessoa saudável até lhe ser diagnosticado leucemia mielóide aguda em Dezembro de 2015. Foi internado no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, e submetido a várias sessões agressivas de quimioterapia. Os tratamentos duraram um mês.
Em Março do ano seguinte a doença estava em remissão, mas passados dois anos a sua condição agravou-se e em 2018 voltou a ser internado no mesmo hospital para fazer tratamentos de quimioterapia. Foi nessa altura que a médica lhe disse que era necessário sujeitar-se a um transplante de medula óssea. O tempo de espera foi curto porque o pai era cem por cento compatível e aceitou ser dador.