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Obras no Largo do Mosteiro de Almoster dão dores de cabeça à população
António Godinho e Manuel Veríssimo são dos mais prejudicados com o impasse nos trabalhos em Almoster

Obras no Largo do Mosteiro de Almoster dão dores de cabeça à população

Sede da colectividade local, lagar e garagem particular prejudicados pelo arrastar das obras que já deviam estar concluídas há cinco meses.

O impasse nas obras de requalificação do Largo do Mosteiro de Almoster, no concelho de Santarém, está a dar dores de cabeça tanto à população como à colectividade local e aos proprietários do lagar e da garagem particular que têm acessos através do recinto onde decorre a empreitada, que devia ter ficado concluída no final de Julho último. As obras têm andado a conta-gotas e estima-se que ainda falte executar metade dos trabalhos previstos.
O facto do largo estar vedado impede o acesso à sede da Associação Social, Cultural e Recreativa de Almoster (ASCRA), a um lagar e a uma garagem particular, com os consequentes transtornos que daí advêm. Além disso, está a impossibilitar que muitas pessoas com mobilidade reduzida possam ir à missa, dificultando o estacionamento e a obrigar os caixões a fazerem um trajecto maior para serem depositados na casa mortuária, na outra ponta do largo.
Manuel Veríssimo é proprietário do lagar, paredes-meias com o largo há mais de trinta anos. O produtor de azeite, de 63 anos, refere que o atraso da obra tem prejudicado o negócio e causado transtornos. “Antes os carros vinham carregar os garrafões de azeite aqui do lado do largo. Agora, tenho de levar os garrafões para o outro lado do lagar para serem carregados, o que é muito perigoso já que o chão está muito escorregadio e as pessoas podem cair”, explica o residente em Almoster.

Projecto motiva críticas
Também António Godinho, dono de uma garagem particular que dá para o largo, sente-se lesado com o atraso das obras. Além de ter os seus veículos agrícolas estacionados na rua, sujeitos a serem assaltados, também não pode retirar uma máquina de corte e uma viatura todo-o-terreno que se encontra dentro da garagem. “Realmente tenho uma porta de entrada e saída do outro lado, mas nem a máquina nem o buggy passam neste espaço, só mesmo do lado que está vedado”, afirma o mecânico.
António Godinho não tem dúvidas que quem realizou o projecto das obras não sabia o que estava a fazer. “Tenho a garagem virada para o largo, tal como o lagar. Porque não contemplaram um caminho para servir esses espaços. E pior: porque colocaram um canteiro quase em cima da entrada da minha garagem? Mesmo que quisesse não consigo meter nem tirar nenhum veículo”, admite António Godinho.
A mesma opinião é partilhada por Paulo Carvalho. A fazer parte da direcção da ASCRA, como tesoureiro, há mais de 20 anos, o residente em Almoster revela que o novo projecto não veio beneficiar em nada o local e quem fez o projecto não se lembrou nem do estacionamento dos veículos nem do escoamento das águas. E adianta que “se não tivermos as devidas condições, as pessoas acabarão por desistir de frequentar a colectividade”.
Paulo Carvalho conta que várias actividades da ASCRA já foram canceladas devido ao atraso das obras. Uma das últimas foi o almoço de convívio do Dia do Almosterense, realizado todos os anos em Outubro, que acabou por não se realizar por não haver condições para tal. “Tivemos também que organizar o almoço de Natal num restaurante porque não era possível realizá-lo na sede”, adianta.

Câmara aplica multa ao empreiteiro

Na última reunião do executivo camarário (ver edição de 27 de Dezembro de O MIRANTE), foi decidido aplicar uma multa de 57.777 euros à empresa Perene S.A., a quem foram adjudicadas as obras de requalificação, do Largo do Mosteiro de Almoster. A empreitada foi consignada a 2 de Abril de 2018 e tinha um prazo de execução previsto de 120 dias, pelo que devia ter ficado concluída até 31 de Julho último. A empreitada tem apenas cerca de metade dos trabalhos concluídos.
Já posteriormente, na sessão da assembleia municipal, o presidente da câmara, Ricardo Gonçalves (PSD), refutou que a autarquia tenha valores em dívida ao empreiteiro. O MIRANTE contactou a Perene S.A. por email mas não obteve qualquer resposta às questões colocadas.

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