“O MIRANTE pode servir os leitores e anunciantes melhor que os gigantes tecnológicos”
Joaquim António Emídio diz ter estratégias capazes de contrariar a hegemonia dos gigantes.
Na quinta-feira, 14 de Fevereiro, na abertura da cerimónia dos prémios “Personalidade do Ano”, que decorreu no Convento de S. Francisco, em Santarém, o administrador da empresa proprietária de O MIRANTE, Joaquim António Emídio, disse ter estratégias capazes de contrariar a hegemonia dos gigantes tecnológicos e de servir melhor e de forma mais personalizada, os leitores e anunciantes do seu jornal.
Falando para uma plateia de cerca de quinhentas pessoas, entre as quais os distinguidos como Personalidades do Ano 2018, autarcas, dirigentes de associações, empresários e leitores em geral, Joaquim António Emídio, que fundou o jornal há 31 anos, levando-o ao primeiro lugar a nível de audiências na sua área de abrangência (distrito de Santarém e concelhos de Azambuja e Vila Franca de Xira), disse não se conformar com o facto da Google e do Facebook terem oitenta por cento da publicidade mundial a nível digital, nem ter armas para contrariar essa situação mas afirmou que há caminho para
O MIRANTE continuar a fazer o seu trabalho ao serviço dos cidadãos.
“Temos uma tiragem e uma distribuição que faz de nós, apesar de confinados a uma região, um dos jornais mais influentes do país competindo com outros que têm muitos mais meios. Temos uma política de assinaturas e de distribuição única, que poucas empresas conhecem ou seguem, apesar de todos viverem a tremer o queixo, não com frio mas com medo do futuro. Vivemos exclusivamente do mercado da publicidade; não temos pactos com regimes nem com ideologias; os nossos compromissos servem acima de tudo para balizar o nosso trabalho e não para nos perdermos pelo caminho”, sublinhou.
O administrador de O MIRANTE disse ainda que muitas empresas de comunicação social andam a esconder prejuízos há vários anos e que só resistem por conseguirem apoios políticos ou económicos que certamente comprometem a sua liberdade de informar.
Joaquim António Emídio considera que há demasiada gente a desistir dos jornais em papel e dos projectos comerciais como as páginas dos anúncios classificados e que isso compromete financeiramente o negócio e o serviço público que os jornais têm obrigação de cumprir e de perseguir.
As falhas da Associação Portuguesa de Imprensa
Aproveitando a presença na cerimónia do presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro, o administrador de O MIRANTE fez-lhe algumas observações sobre o trabalho desenvolvido pela associação, a quem acusou de não denunciar os maus cursos de jornalismo, as falhas na distribuição dos jornais pelos CTT e a falta de políticas de apoio do Governo ao sector.
Depois de afirmar que não tem nada contra a organização de iniciativas para homenagear jornais centenários, Joaquim António Emídio perguntou-lhe onde estavam as iniciativas para dar visibilidade aos jornais que revolucionaram o panorama da imprensa nas últimas décadas.
Joaquim António Emídio elogiou ainda o trabalho da equipa de O MIRANTE. “Aqui no Ribatejo, a dois passos de Lisboa, num território que consideramos o melhor e o mais belo do país, editamos um jornal que se diferencia da maioria dos outros não só pela exigência que impomos ao nosso trabalho como pela forma como diariamente damos importância aos acontecimentos da região ribatejana e simultaneamente valorizamos os seus agentes culturais, desportivos, políticos e económicos”.
“Não me esqueço da importância do trabalho dos autarcas, muitos deles presentes nesta cerimónia, que todos os dias tomam decisões que mexem com a nossa vida, e nunca me esqueço da importância dos empresários que dão emprego, que sustentam a nossa economia e nos ajudam a fazer a diferença, das associações e das colectividades onde se pratica o voluntariado e se trabalha pagando do próprio bolso para gerar felicidade colectiva. Também não nos demitimos na luta contra a Google e contra os políticos locais ressabiados e incompetentes que não percebem o nosso trabalho, nem contra as políticas centralizadoras de todos os governos do mundo, estando sempre do lado daqueles que nos lêem mas também dos que nos ajudam a escrever O MIRANTE todos os dias”, conclui.