O eleito da bancada da CDU na Assembleia Municipal de Tomar (AMT), António Silva, imprimiu 1.040 páginas de documentos sobre a nova empresa intermunicipal que vai tratar da água e saneamento dos concelhos de Tomar, Ourém, Sardoal, Mação, Ferreira do Zêzere e Vila Nova da Barquinha. Os documentos foram enviados para todos os eleitos da AMT em formato digital, mas o eleito comunista decidiu imprimir tudo em papel, tendo gasto 347,32 euros em fotocópias.
António Silva, empresário, actualmente reformado, começou a sua intervenção na última sessão da AMT, realizada na tarde de sexta-feira, 15 de Fevereiro, demonstrando o seu desagrado com o facto de ter perdido mais de duas horas a imprimir mais de um milhar de páginas, frente e verso, e que a situação levou a que uma das impressoras utilizadas tivesse ido para arranjo devido à grande utilização.
“Tenho aqui as facturas pelos gastos que tive com a impressora e tinteiros”, referiu o eleito, acrescentando que duas horas não foram suficientes para imprimir os documentos recebidos e que, apesar dos mesmos terem sido enviados dentro do prazo determinado por lei, não foi possível ler tudo em tão pouco tempo.
Apesar de vivermos em pleno na era das novas tecnologias e do formato digital, o membro da CDU, eleito pelo Partido Ecologista “Os Verdes”, disse ainda que iria entregar um requerimento a pedir que a mesa da AMT disponibilizasse sempre a todas as bancadas os documentos também em formato papel, além do formato digital. A intervenção surpreendeu alguns eleitos enquanto outros não conseguiram conter o riso pelas palavras de António Silva, que se mostrou bastante desagradado por ter que imprimir mais de um milhar de páginas.
Quando chegou a vez da sua intervenção, a presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas (PS), não deixou o eleito comunista sem resposta e afirmou que os documentos são enviados para todos os eleitos em formato digital uma vez que é preciso ter em atenção a necessidade de preservar o meio ambiente. “É preciso haver coerência. Nalguns assuntos a CDU preocupa-se muito com as questões ambientais e noutras já não”, disse.