Alunos de Benavente deixam de poder sair da escola sem acompanhamento
Só podem deixar o recinto escolar acompanhados por auxiliares e com o consentimento dos pais. Secretária de Estado já se tinha mostrado incomodada, na visita à Escola Básica Duarte Lopes, com o facto de quase meio milhar de alunos andarem sozinhos pela vila até ao pavilhão e piscinas municipais para terem educação física. Situação está a dividir opiniões entre os pais.
Os alunos do Agrupamento de Escolas de Benavente vão deixar, pelo menos temporariamente, de andar sozinhos pelas ruas da vila para terem aulas de educação física e natação no pavilhão e nas piscinas municipais, que distam algumas centenas de metros do estabelecimento de ensino. O Ministério da Educação enviou uma nota informativa na última semana, para todas as escolas do país, informando que, a partir de agora, os estudantes só podem abandonar o recinto escolar se acompanhados por auxiliares educativos e com o consentimento dos pais.
A medida veio gerar discórdia já que basta um dos pais opor-se para que toda a turma fique impedida de sair do recinto. Em causa passa a estar a possibilidade dos jovens estudantes poderem ter aulas de educação física em recintos apropriados e usufruirem também de natação nas piscinas municipais de Benavente, já que a escola não dispõe desses equipamentos.
O assunto foi notícia em O MIRANTE no último Verão. Em causa estava o facto de não haver auxiliares suficientes para acompanhar os jovens, na sua maioria com idades entre os 10 e os 15 anos, no trajecto entre a escola e esses espaços desportivos, deixando-os sem vigilância de um adulto. Quando visitou essa escola, em Dezembro último, a secretária de Estado da Educação, Alexandra Leitão, mostrou-se incomodada com o assunto e a isso não será estranha a nota informativa agora enviada a todas as escolas.
Mário Santos, director do Agrupamento de Escolas, refere que a ordem do Ministério da Educação será acatada e por isso os alunos vão deixar de poder sair do recinto sem acompanhamento. “Vamos estudar adaptações a fazer, sabendo que há poucos funcionários e que terá de haver valores máximos e mínimos de alunos por cada adulto. Vamos ter reuniões com os pais, com o conselho geral e o conselho pedagógico e depois se decidirá o rumo a tomar”, explica.
No limite, o agrupamento ponderará enviar uma exposição ao ministério sublinhando a necessidade dos jovens frequentarem aqueles espaços desportivos. A começar, desde logo, pelo facto da Escola Duarte Lopes ser velha e nem sequer ter um pavilhão interno onde os menores possam frequentar aulas de educação física. Sem poderem sair da escola as aulas vão ser dadas com piores condições ou, no limite, em dias de chuva, canceladas.