Falharam negociações para compra dos terrenos do campo da Hortinha
Proprietários do espaço pediram à Câmara de Vila Franca de Xira perto de 600 mil euros. Atletas do Alhandra SC continuam a treinar em campo pelado sem condições.
O município de Vila Franca de Xira encetou negociações com os donos do terreno onde está implementado o campo de futebol da Hortinha em Alhandra, onde treinam os atletas do Alhandra Sporting Club (ASC) visando a sua compra mas as negociações falharam. Tudo porque o valor pedido pelos proprietários do espaço, a rondar os 600 mil euros, foi considerado muito elevado.
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, ironizou mesmo na última reunião do executivo dizendo que para custar esse valor só se o subsolo estiver carregado de minerais preciosos. Ainda para mais, notou, tratando-se de um terreno blindado no Plano Director Municipal para poder receber apenas equipamentos colectivos.
A informação veio a lume na última reunião pública do executivo depois do vereador Vítor Cartaxo (CDU) ter lamentado o impasse na resolução do problema e o facto dos jovens atletas terem de continuar a jogar num campo sem condições.
Solução anterior num impasse
Já antes destas negociações o município comprara, por 150 mil euros, há quase dois anos, uma parcela de terreno na antiga Cimianto, junto às piscinas Baptista Pereira, para tentar resolver o problema e construir aí um novo campo de futebol para o ASC. O problema é que o solo não pode ser usado sem primeiro ser descontaminado, já que a antiga empresa laborava com materiais contendo amianto, uma substância tóxica e potencialmente cancerígena.
Como o clube não tem capacidade financeira para realizar a descontaminação e a câmara recusa-se a fazê-la, a situação permanece num impasse. “Sempre disse publicamente, após a escritura e a cedência do terreno, que a compra daquele espaço para ali fazer o campo era um erro. O ASC não tem condições [financeiras] para descontaminar e retirar o aterro dali. E nós não vamos fazer isso. Não é responsabilidade da câmara, isso ficou claro como água”, garante Alberto Mesquita.
O autarca diz que está em estudo a possibilidade de falar com os novos proprietários do terreno da antiga Cimianto – que também terão de descontaminar os solos – tentando encontrar uma plataforma de entendimento que permita licenciar uma operação urbanística que o privado quer desenvolver a troco de um eventual procedimento de descontaminação feito no terreno destinado ao ASC.