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Mãe e filho viveram momentos de terror durante assalto à sua residência
Rosa e Jacinto Gomes temeram pela vida

Mãe e filho viveram momentos de terror durante assalto à sua residência

Foram agredidos e sequestrados dentro de casa por cinco homens encapuzados. Ladrões conseguiram escapar com ouro e dinheiro e andam fugidos. O crime ocorrido em Benavente está a ser investigado pela Polícia Judiciária.

Foram pelo menos duas horas de inferno em que Rosa Gomes e o seu filho Jacinto Gomes temeram pela vida às mãos de cinco homens encapuzados que lhes invadiram a casa, em Benavente, na madrugada de 12 de Fevereiro. Os assaltantes estão a monte desde essa data, tendo levado consigo uma quantia em ouro e dinheiro que ainda está por apurar. A idosa, de 82 anos, e o filho, de 56, vivem com receio de voltar a passar pelo mesmo episódio e confessam que deixaram de se sentir seguros dentro da própria casa, onde residem há 50 anos.
A O MIRANTE, Rosa Gomes conta que nesse dia se deitou por volta das 21h00 e adormeceu pouco depois, tal era o “cansaço que trazia nas pernas” depois de um dia a tratar da horta e do gado. Pouco depois, o filho deixou o anexo ao lado, entrou em casa e foi-se deitar no seu quarto, ao lado do da mãe.
A idosa ouviu o primeiro estrondo cerca da meia-noite vindo da porta de entrada, a três metros do seu quarto. “Os cães dariam sinal, mas não ouvi porque estava a dormir”, diz. Assustada, sentou-se na cama, enquanto ouvia os movimentos repetidos de um ferro a bater contra a porta de madeira. No quarto ao lado, Jacinto Gomes escondeu-se debaixo da cama. Em menos de dois minutos, os assaltantes estavam no interior da habitação. “Dá-nos o dinheiro, diz-nos onde está”. Esta frase foi, segundo Rosa, proferida aos gritos, assim que os cinco homens de rostos tapados “com um gorro preto que só deixava de fora os olhos e a ponta do nariz” entraram no seu quarto.
“Comecei a gritar, em pânico. Acenderam a luz, levantaram-me da cama e arrancaram-me os brincos e a aliança. Foram ao quarto buscar o meu filho e sentaram-no ao meu lado. Depois começaram a distribuir tareia pelos dois”. Enquanto uns davam murros e estaladas os restantes vasculhavam os cantos à casa. Reviravam gavetas e armários. Espreitavam atrás dos quadros fixos nas paredes e debaixo dos colchões das camas, até encontrarem todo o ouro e dinheiro que havia naquela casa.

Vítimas recordam actos de violência
Sem oferecer qualquer resistência, mãe e filho não esquecem as ameaças de morte. Tiveram uma navalha encostada ao pescoço, enquanto lhes gritavam ao ouvido que morriam se não dissessem onde guardavam o dinheiro. Sentados na cama, ordenaram-lhes que pusessem as mãos esticadas em cima de uma cadeira e deferiram vários golpes com uma faca, nas de Jacinto. De seguida ataram-no com um cordel.
Lembram-se de pensar que iam morrer ali, sem ninguém para os acudir. “Batiam-me tanto que só conseguia pensar na dor. Tive um medo terrível que me matassem a mim e ao meu filho”, recorda Rosa, em lágrimas.
Depois foram arrastados para a casa de banho. Jacinto foi na frente agarrado pelo pescoço enquanto lhe puxavam a barba. “Foi uma humilhação. Não me podia defender, nem à minha mãe, porque seria pior”, confessa. Ajoelhado no chão da casa de banho viu a sua mãe ser atirada para junto de si e foi nessa divisão da casa que foram deixados pelo grupo criminoso.
Foi Jacinto que deu o alerta. Depois de a mãe o desatar foi buscar o telemóvel que escapou ao assalto. “Foi a nossa sorte. Estava noutra divisão e eles [os assaltantes], não deram com ele”, diz. Os bombeiros foram chamados ao local e apenas a idosa foi transportada ao hospital, com escoriações pelo corpo e as orelhas em sangue.
Dias depois do inferno vivido, Jacinto diz que nunca vai “esquecer este dia”, que não o deixa dormir à noite e lhe roubou o sentimento de segurança de viver naquela casa.

Mãe e filho viveram momentos de terror durante assalto à sua residência

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