No enterro do Entrudo de Alhandra houve recados para os autarcas
O Santo Entrudo despediu-se de Alhandra perante o choro e lamentos das viúvas. O desfile que põe fim à folia carnavalesca partiu da sede da Sociedade Euterpe Alhandrense, na noite de Quarta-feira de Cinzas, 6 de Março. O descuido dos donos que passeiam os cães pelas ruas, o fecho do balcão da Caixa Geral de Depósitos e as obras na A1 serviram de inspiração à sátira. O presidente da junta, Mário Cantiga, e a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira também não escaparam ao sarcasmo. Depois de queimado o Entrudo, a Comissão de Carnaval voltou a brindar a população com fogo-de-artifício.
Quem viu esta Alhandra
Terra de Severiano Falcão
Vê impotente quem manda
Prante tanto cagalhão de cão
Mais mole ou mais duro
Acastanhado ou verde
Qualquer alhandrense cai de maduro
A limpar os pés na erva verde
É tanta caca nos passeios
Um mar de cagalhões tipo pudins
Para ser terra de asseios
Só um milagre do Sousa Martins
Quem venha da capital
Chegar a Alhandra até dá dó
Será que a câmara municipal
Ajuda a desatar o nó?
Um nó p’ra sair da autoestrada
Isso queríamos nós
Senão abrimo-lo à pazada
Já que estamos habituados aos pós
Mas falemos do presidente da junta
Que desfilou todo engalanado
Agora já não fala a ninguém
Só porque tinha uma rainha ao lado
Deixar fechar a agência da Caixa
Mas que ideia tão maluca
Sr. presidente, o melhor é meter baixa
Se deixa fechar a Tijuca.