“Apesar das dificuldades, o nosso trabalho é compensador”
Ricardo Costa Presidente da União de Freguesias de São Vicente Paúl e Vale de Figueira
Temos tido algumas dificuldades para concretizar tudo o que é necessário mas é preciso ver que somos a segunda maior freguesia rural do Concelho de Santarém, em termos de área. Temos 72 quilómetros quadrados e 2.917 habitantes. Não é fácil, mas tentamos gerir com o máximo de profissionalismo e dedicação. O bem estar da nossa população é sempre a nossa prioridade máxima.
Fazemos cada vez mais e abrangemos áreas onde nunca tínhamos chegado. A Comissão Social de Freguesias de S. Vicente do Paúl e Vale de Figueira conta com cerca de 30 parceiros e tem desenvolvido um bom trabalho. Através dela estamos a desenvolver alguns projectos como o da recolha e divulgação do património material e imaterial e o da sensibilização para a poluição dos nossos dois rios.
Recentemente, adquirimos uma nova carrinha de transporte para os alunos das escolas que encerraram e que têm de fazer o seu trajecto para a actual escola. É um bem que fica para a União de Freguesias. Com mais escolas a fechar podemos vir a ter um problema gravíssimo. O alcatroamento de estradas também tem sido uma constante, bem como recuperação do património e de espaços e caminhos públicos. Temos vários projectos de requalificação em licenciamento, mas a burocracia não nos está a ajudar, o que tem sido bastante desgastante. Mas não desistimos.
O nosso orçamento é limitado. A verdade tem que ser dita abertamente. É fundamental que todos conheçam a realidade. Aceitámos novas competências porque é uma política de proximidade para a resolução directa de problemas da nossa população mas lamentamos que essas competências não venham acompanhadas de mais verbas. A população e as associações querem mais apoios e mais obras mas nós não temos dinheiro. Gostaríamos que percebessem isso.
Tivemos de recusar e isso foi deliberado por unanimidade em Assembleia de Freguesia, novas delegações de competências no que respeita à abertura de uma loja do cidadão, porque não podemos contratar mais pessoal. Apesar disso, a relação com a câmara municipal é excelente e existe uma relação profissional e de amizade com o presidente e os vereadores.
Apesar das dificuldades, o nosso trabalho é compensador. Sentimo-nos felizes quando conseguimos realizar obras para o bem da população e desenvolvimento rural. Também ajudar as famílias, os idosos e as crianças é motivo de grande satisfação. Ver que a luta pela despoluição dos nossos Rios Alviela e Tejo continua e que a população também investe nela é outro dos muitos motivos de orgulho. Só o facto de não cruzarmos os braços nos dá um novo alento para este problema que aparentemente não tem solução, mas do qual não desistimos.
Somos muito gratos por a Diocese de Santarém ter escolhido este ano Vale de Figueira para realizar a “Jornada Diocesana dos Bens Culturais da Igreja”. Teremos a 6 de Abril (de manhã, na Junta e de tarde, na Igreja) esse evento que procura dar a conhecer a história e o património histórico-cultural da paróquia, com conferências dadas por especialistas, historiadores e historiadores de arte. Estará presente também a Directora do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, que irá apresentar o livro “A Igreja de São Domingos de Vale de Figueira, Santarém - História e Património”.
A razão de se escolher Vale de Figueira este ano prendeu-se com o facto de a paróquia e a comunidade alargada se terem empenhado na recuperação do seu património, promovendo mais conhecimento, e conhecimento científico, sobre a história e os bens culturais da paróquia.