O escatológico “Enterro do Entrudo” em Benavente voltou à rua
O enterro da Santo Entrudo Em Benavente, na noite de Quarta-feira de Cinzas, tem os ingredientes tradicionais desta tradição que ocorre um pouco por toda a região mas difere nas quadras recitadas pelo falso e galhofeiro padre, devido ao uso e abuso de versos com referência a vários tipos de fezes, usadas como presentes para os visados pela má língua. O defunto ostenta um falo de avantajadas dimensões que lhe sai pela braguilha. A viúva e as carpideiras choram, lamentam-se e riem e quem assiste diverte-se. Este ano
O MIRANTE não foi a Benavente mas recebeu as quadras para poder divulgar algumas.
Senhores e senhoras
prestem toda a atenção!
Vamos ler o testamento
que Entrudo nos deixou.
Ao Sr. presidente da câmara
tenho muito que lhe deixar.
Deixo-lhe bastante dinheiro
para o seu anexo poder legalizar.
À presidente da junta
que anda sempre cansada
deixo-lhe uma cadeirinha
para no seu gabinete estar sossegada.
O santo vamos enterrar
Mas sem coveiro
Ele tem medo que o empregado
Se possa encantar
Com o seu pau de metro e meio.
À direcção da comissão
de que o santo também se lembrou
deixa trinta baldes de merda
para enviarem a quem os incomodou.
O santo à junta de freguesia
mil flores e mil quilos de merda quis deixar
para as rotundas da nossa vila
o executivo poder embelezar.
Os cães no passeio vão cagar
o santo neles vai pegar
para os vizinhos da cidade
ele poder enviar.
Para os funcionários camarários
o santo um recado quis deixar
Abandonem os cafés e as bebedeiras
e vão mas é trabalhar.
Às más línguas da nossa vila
que o santo não quer esquecer
deixa um cagalhão e um balde de merda
para que se possam entreter.
Se alguém ficou chateado
não se queixe ao tribunal,
e se alguém não foi lembrado
paciência, é Carnaval.