Pedro Santana Lopes e a falácia dos Seguros de Saúde
Diz Pedro Santana Lopes na entrevista dada a O MIRANTE que o seu partido, Aliança, defende que cada português tenha um seguro de saúde e que o utilize, tanto quando vai ao privado como quando vai ao Serviço Nacional de Saúde.
Percebo que queira dar dinheiro a ganhar às seguradoras, até porque defende que, no caso dos mais necessitados seja o Estado a pagar o Seguro de Saúde ou parte dele mas iríamos ficar pior, como bem sabe quem tem seguros de saúde em alguns países da Europa, nomeadamente emigrantes portugueses.
Mesmo em Portugal, quem tem seguros de saúde sabe que nem sempre as coisas funcionam bem. Há seguros e seguros e os seguros para além de não pagarem tudo, também não cobrem todas as situações. Mesmo quem tem seguros de saúde caros acaba por recorrer ao Serviço Nacional de Saúde em certas situações como cirurgias e tratamentos muito dispendiosos.
Pedro Santana Lopes diz que no Estado Social, o Serviço Nacional de Saúde que é universal e tendencialmente gratuito paga tudo a todos e que isso não pode continuar. Pois eu acho que pode e que deve ser assim. Um Estado Social é bem melhor que essa invenção de um Estado Solidário. Sou contra um Serviço Nacional de Saúde para os “pobrezinhos” que seria o que passaríamos a ter. Os ricos com bons seguros de saúde iriam aos bons hospitais privados. Os cidadãos com rendimentos baixos nunca teriam os mesmos seguros de saúde dos ricos, mesmo com o Estado a pagar e por isso não poderiam ir aos bons hospitais privados.
Na minha opinião, o que não se faz é premiar quem trabalha bem, nem no Serviço Nacional de Saúde, nem noutros serviços do Estado. Tem que haver diferenças salariais e de regalias entre os bons profissionais e os que o não são. Não podem todos ser pagos pela mesma tabela como se fossem todos competentes e empenhados.
José Delgado Gualter Maçarico