Luísa Ferreira acusa a dona da Casa de Acolhimento Maria Teresa Correia de Sousa, no Entroncamento, de maus tratos físicos à sua mãe, Maria José Ferreira, de 80 anos, que ali vivia desde Outubro do ano passado. A dona do lar desmente as acusações mas admite que amarrava a utente ao sofá para não ir para a rua.
No dia 16 de Fevereiro, quando foi visitar a sua mãe, que sofre de demência - apesar de estar ainda numa fase inicial da doença – Luísa Ferreira diz que se deparou com um cenário que apelida de horror.
“Nesse dia recebi uma mensagem da dona do lar a dizer-me que queria que tirasse a minha mãe de lá porque a noite tinha sido um horror, mas não deu mais explicações. Quando lá cheguei a minha mãe tinha a boca rebentada e hematomas na cara, sobretudo numa vista, e no corpo. A dona Teresa não estava e quando perguntei à empregada o que se tinha passado ela disse-me para falar com a dona e que tanto a minha mãe como outras senhoras que lá estavam tinham caído. Caíram todas ao mesmo tempo? Não acredito que tenha sido assim”, afirma a filha de Maria José.
Luísa Ferreira denunciou o caso à Segurança Social e O MIRANTE sabe que houve uma denúncia à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, que reencaminhou o processo para o Ministério Público.
Contactada por O MIRANTE, a dona do lar, Teresa Sousa, desmente os alegados maus tratos físicos mas confirma que amarrava Maria José ao sofá. “Fazia-o para ela não se levantar porque queria sair para a rua. Além disso, a senhora caiu várias vezes cá em casa”, explicou, acrescentando que quis que a idosa se fosse embora porque “não dormia de noite nem fazia nada do que eu mandava”.
Luísa retirou a sua mãe da Casa de Acolhimento nesse dia e levou-a ao Hospital do Entroncamento. Além disso, também levou a mãe a um médico particular, onde lhe foi dito que a idosa pode necessitar de cirurgia para extrair o olho. “A minha mãe nunca teve problemas graves na vista. Como é que corre o risco de ter que ser operada?”, questiona.
Luísa Ferreira explica que só no hospital é que se apercebeu que o pé da sua mãe também tinha marcas. “Esta não foi a primeira vez que vi a minha mãe aparecer com nódoas negras na cara, mas na primeira vez achei que ela poderia ter realmente caído porque quedas, nestas idades, acontecem, mas nesta última situação percebi que não era normal e por isso retirei-a de lá”, conta a O MIRANTE.