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Farmácias em risco de fechar
Paulo Duarte e Sónia Nobre, directora técnica da Farmácia Higiene, no Verdelho

Farmácias em risco de fechar

Alerta foi deixado pelo presidente da Associação Nacional das Farmácias.

O distrito de Santarém tem 45 farmácias em risco de encerramento, o que representa 30,6% das farmácias da região. Perto de duas dezenas enfrentam agora processos de insolvência e 26 apresentam processos de penhora. Os dados são da Associação Nacional das Farmácias (ANF) que anda pelo país a divulgar a petição pública “Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS”.
A Farmácia Higiene, no Verdelho, Santarém, recebeu a 11 de Março a visita do presidente da ANF, Paulo Cleto Duarte, e foi escolhida por simbolizar as farmácias que atravessam dificuldades e que servem populações mais isoladas e envelhecidas. Paulo Duarte confessou a O MIRANTE que o objectivo da petição não é “salvar as farmácias que os deputados vêem todos os dias”, mas sim aquelas que estão em zonas onde a população não tem outro recurso.
Perante o cenário de dificuldades do sector, O MIRANTE questionou Paulo Duarte se não será também uma questão de má gestão. O presidente da ANF confirmou que existem alguns casos, mas esses têm que ser separados daquilo que é uma vertente do serviço público. “Não pedimos nem queremos que o Estado venha compensar os erros de gestão ou de más decisões de investimento dos proprietários das farmácias. Nesses casos cada um terá que assumir os riscos e sofrer as consequências”, diz.
O presidente da ANF explica que o que a associação defende com esta petição são as farmácias que mesmo com boa gestão não são viáveis, por factores que se prendem, por exemplo, com a incapacidade de ter disponibilidade de stocks. “Não é só uma questão de capital, mas também uma questão de procura. Com as mudanças constantes, neste momento o medicamento adequado é um mas para a semana pode já ser outro”, diz Paulo Duarte, referindo que as farmácias mais pequenas não têm capacidade de resposta.
Também a introdução das parafarmácias, onde se vendem medicamentos sem prescrição médica, trouxe impactos diferentes para as farmácias, consoante a sua localização e tamanho.

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