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No Ribatexas não é muito saudável ser médico

Mirabolante Manuel Serra d’Aire
Já sabias que o João Félix está em Madrid há precisamente 12 dias e que se tem alimentado devidamente e chegado aos treinos do Atlético de Madrid a horas? Deixo-te estas dicas pois temo que também tu não consigas viver sem estas preciosas informações, tal como as televisões nacionais pensam que nós - incautos sentados deste lado à frente de um televisor - estamos sedentos de informação felixiana, ao ponto de nos massacrarem diariamente com notícias e mais notícias sobre o rapaz.
Dado o meu contributo para que o mundo continue a girar dentro da sua estupidificante normalidade, deixa-me dizer-te que a Chamusca está a tornar-se um local perigoso. E não, desta vez não é por culpa do presidente da câmara ou de qualquer outro autarca ou político. Há uns valentes anos (ainda João Félix não era nascido nem o Nuno Luz nos entrava casa dentro sem pedir) havia um programa televisivo que se chamava “O perigo é a minha profissão”. Um título que assentaria que nem uma luva a qualquer médico que trabalhe na Chamusca e arredores.
Por um qualquer fenómeno que desconheço, as ameaças e agressões a profissionais de saúde por aquelas bandas têm sido frequentes e ainda na semana passada houve mais uma, desta vez de um senhor irritadiço que queria um atestado médico para renovar ou tirar a licença de uso e porte de arma. O homem não terá gostado do atendimento e não foi de modas, ameaçando a jovem médica que lhe dava um tiro de caçadeira. Assim, sem mais nem menos, porque essa coisa do Livro de Reclamações é para copinhos de leite e não para a malta rude do campo, que está habituada a resolver os litígios à sacholada, à forquilhada ou, os mais selectos, a tiro, desde que haja arma à mão (e licença de uso e porte, já agora)...
Como aficionado que sou, exultei quando li a notícia que o cabeça de lista do PSD por Santarém às próximas legislativas se chamava João Moura. Como a distrital do partido referia que era uma pessoa com fortes vínculos a esta região e podia ser uma mais valia eleitoral para esse partido, julguei que se tratasse do emblemático cavaleiro tauromáquico. Para os mais distraídos, é bom não esquecer que João Moura (que em tempos foi uma espécie de João Félix da tauromaquia nacional) tirou a sua alternativa de cavaleiro tauromáquico na Monumental Celestino Graça, em Santarém, em 1978. Portanto, arranjar um nome mais popular e notório para o eleitor ribatejano não seria fácil...
E assim andei iludido uns dias até me dizerem que não, que afinal esse tal João Moura não era toureiro mas sim um político de Ourém muito conhecido na sua rua e nalgumas artérias adjacentes. Foi pois sem surpresa que dias mais tarde soube que o líder nacional do PSD, Rui Rio, decidiu substituir o João Moura de Ourém pela Isaura Morais de Rio Maior no topo da lista. Também ele deve ter descoberto que esse Moura não era o tal cavaleiro famoso e optou por uma carinha laroca para colocar nos cartazes, que é sempre uma forma pragmática e plausível de resolver as coisas...

Saudações taurinas do
Serafim das Neves

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