Aumentar a componente prática dos cursos da Escola Superior de Saúde de Santarém
Li com atenção o anúncio feito pela nova directora da Escola Superior de Saúde de Santarém, Hélia Dias, da intenção de aumentar a componente prática dos cursos ministrados por aquela escola.
Sendo uma escola de um politécnico, no caso do Politécnico de Santarém, e tendo o ensino politécnico sido concebido como Ensino Superior de curta duração, com o objectivo de formação de técnicos especialistas de nível intermédio, não se compreende como só agora foi sentida essa necessidade de aumento da componente técnica dos cursos.
Alguns responsáveis dos Politécnicos lamentam que em Portugal quando se fala de ensino superior se pense logo em Universidades. E os Politécnicos também se sentem ameaçados quando há Universidades que começam a ministrar cursos com uma forte componente prática, do tipo dos cursos que deveriam ser ministrados pelos Politécnicos mas a resposta não pode ser aquela que está a ser dada com cursos teóricos, mestrados e doutoramento, para competir com as Universidades.
A presidente da Escola Superior de Saúde anunciou também que, embora a contragosto, vai criar os Cursos Técnicos Superiores. Pessoalmente não considero que aqueles cursos desvalorizem o ensino politécnico, a não ser que se entenda que uma escola como a Superior de Saúde ministre ensino universitário.
Como diz o presidente do Instituto Politécnico de Tomar, professor João Coroado, numa entrevista publicada na mesma edição de O MIRANTE, respondendo à pergunta sobre a diferença entre um curso universitário e um curso politécnico, “as pessoas que estudam nos politécnicos são orientadas para a profissão. Para saber fazer. Hoje no mercado de trabalho o profissional que tem essas competências começa a ser mais valorizado que um profissional da mesma área vindo da universidade, porque quem vem da universidade ainda tem um período de adaptação para incorporar as competências que lhe permitam realizar o seu trabalho”.
Joaquim Jorge Santiago Urbano