Escavação clandestina em Manique do Intendente preocupa moradores
Residentes aperceberam-se das escavações durante a noite e temem que o local esteja a ser projectado para o despejo ilegal de dejectos de porcos. Câmara de Azambuja já mandou suspender as obras que decorriam sem licenciamento e ordenou a vedação do espaço.
Um buraco de grande perímetro e profundidade, aparentando ser uma célula para aterro de resíduos, foi escavado num terreno junto à Quinta da Lapa, em Manique do Intendente e está a causar preocupação entre alguns moradores. Quem vive nas proximidades teme que alguém possa ali cair, uma vez que no local não existe qualquer tipo de vedação, sinalização, ou iluminação. No enorme buraco caiu um cão que teve a sorte de ser avistado por um morador que ia de passagem. Pelo seu aspecto assustado e desidratado, o animal que foi resgatado pelos Bombeiros de Alcoentre já ali estaria há pelo menos um dia exposto ao calor e ao solo escaldante, coberto de plástico.
Para já trata-se apenas de um buraco forrado com uma lona em PVC, vulgarmente utilizada para a impermeabilização do solo, deixando em aberto a possibilidade de se poder tratar de um local destinado ao despejo de dejectos de animais, especialmente de suínos, para serem posteriormente usados como adubo orgânico, nos terrenos contíguos. Um cenário que não é bem visto aos olhos de quem ali reside, uma vez que vai impregnar a localidade com maus cheiros, atrair mosquitos e outro tipo de insectos.
De acordo com os moradores, as escavações foram realizadas sempre em período nocturno e durante o fim-de-semana.
Contactada por O MIRANTE, a Câmara de Azambuja diz que não recebeu nenhum pedido de autorização para a realização daquela obra. Depois de ter tido conhecimento da situação através do nosso jornal, a autarquia enviou para o local os seus serviços de fiscalização e informou que “o gabinete jurídico está a instruir o processo para se avançar com o embargo da obra”. Também já foi dada “ordem para vedar devidamente o espaço garantindo as condições de segurança”.